terça-feira, 8 de dezembro de 2009

GRUPO 05(cinco) Luiz Jeronimo, Felipe Paiva, Carlos Henrique

INTRODUÇÃO

Este trabalho tem como objetivo colocar em prática o conteúdo trabalhados em sala de aula nas disciplinas de Biogeografia e Geografia do Brasil ministradas respectivamente pelos professores Omar Neto Fernandes Barros e Márcia Siqueira de Carvalho.
Com o intuito de visualizar empiricamente o que foi visto em sala, partimos no dia 16 de outubro da UEL com o retorno marcado para o dia 19 de outubro de 2009. O trabalho de campo contou com a tutela de ambos os professores que organizaram e explanarão o motivo da ida e os resultados que buscavam com ele.
O destino do trabalho de campo foram as cidades de Foz do Iguaçu no Brasil, Ciudad del Este no lado do Paraguai e a cidade de Puerto Iguazú na Argentina
O objetivo na Ciudad del Este era fazer uma análise sobre o comércio e como a sua espacialização era formada desde as ações do visível e o que não estava explicito relacionando com o papel que ela representa na geopolítica. Atividade esta, que foi desenvolvida no dia 17 de outubro. No mesmo dia a tarde houve uma observação detalhada que se resumiu ao trecho já pré-estabelecido pela professora Márcia, onde teríamos que analisar a infra-estrutura presente
No dia seguinte a visita foi guiada ao Ecomuseu e ao Parque Nacional de Iguazú na Argentina, onde presenciamos a magnitude que são as cataratas. Houve a observação sobre a fauna e flora o que era de interesse da disciplina de Biogeografia.
Já munido das informações coube aos alunos apresentarem as cadernetas referente às anotações pertinentes a cada disciplina e apresentá-las aos professores.

CIUDADE DEL ESTE

Localizada na fronteira com o Brasil e Argentina, esta cidade paraguaia, segundo Rabossi (2004), apenas perde em grau de importância – em termos econômicos e demográficos – para Assunção, a capital. Ciudad del Este, fundada em 1957, sofreu um crescimento vertiginoso, sobretudo pela sua localização geográfica, que a faz um centro comercial extremamente dinâmico. Dentro do importante contexto comercial que caracteriza Ciudad del Este, destaca-se, empiricamente, os mesiteros – comerciantes de rua. Em nossa experiência, pudemos notar a aparente onipresença destes comerciantes, que tomam as ruas e se dirigem, incansavelmente, aos turistas, tentando vender artigos de diversas naturezas.

Figura 1 - Mesiteros no centro de Ciudad del Este. Foto: Os Autores

Além de sua localização privilegiada, Ciudad del Este se tornou num dos principais pólos econômicos do Paraguai, pelo fato de constituir um “mercado transnacional para o qual afluem circuitos comerciais que articulam uma multiplicidade de espaços localizados em vários continentes através de comerciantes e mercadorias” (RABOSSI, 2004, p.5).
Este autor compara o comércio de Ciudad Del Este com outras cidades semelhantes, destacando Dubai. Ele comenta que elas compartilham muitas características. Por exemplo: ambas são centros comerciais regionais cuja atividade está centrada na re-exportação de mercadorias produzidas em outras partes do mundo; são compostas por uma população de origens diversas, que vieram atraídas por esse movimento comercial.
Porém, Dubai é uma das cidades que mais se destacam no mundo devido, entre outros aspectos, à sua arquitetura. A opulência é explícita em Dubai. Nas ruas de Ciudad del Este, mostraram-se aos nossos olhos a precariedade da infra-estrutura, a ausência de fiscalização de trânsito, a ânsia dos mesiteros em realizar suas vendas, o grande número de pedestres que dividem as ruas com motocicletas, automóveis e vendedores ambulantes, consumidores carregando e cuidando de mercadorias, a prática cambial, etc.. A totalidade destes aspectos nos remete a uma imagem caótica da cidade paraguaia.

Figura 2 - Adentrando Ciudad del Este por Foz do Iguaçú Foto: Os autores


Figura 3 - A baixa qualidade sanitária é bastante visível na cidade de Ciudad del Este. Foto: Os autores

Ao se passar pela Ponte da Amizade, assim como o centro de Ciudad del Este, nota-se o grande número de consumidores, transportando mercadorias para os dois lados da fronteira. Tanto movimento, para Rabossi, torna-se passível de ser compreendido a partir das áreas comerciais próximas à Ponte da Amizade. Sendo diferente a posição que cada área ocupa na dinâmica de sua cidade, resultado, na sua visão, da história e da orientação que cada cidade tem no tocante a atividades e a espaços. Rabossi explica que em Foz do Iguaçu, a área próxima à ponte é periférica dentro da cidade, sendo que o centro, que concentra a maior quantidade de serviços está localizado a alguns quilômetros dali. Ao contrário, a área de Ciudad Del Este próxima à ponte é o centro da cidade, onde estão concentrados os serviços privados (a maior quantidade de entidades bancárias e comércios) e, em seu limite, encontram-se os principais escritórios públicos. A urbanização da porção oeste de Foz do Iguaçu, próxima à Ponte, se deu em grande parte pelas relações comerciais com a cidade paraguaia.


Figura 4 - A Ponte da Amizade e seu intenso fluxo de pedestres e automóveis. Foto: Os autores

Para Rabossi, após a inauguração da Ponte da Amizade, a prática cambial logo começou a se desenvolver, sendo instalada em 1975 a primeira casa de câmbio em Presidente Stroessner. Em 1998 já existiam associações de cambistas, que se uniram para formar a Confederación de Trabajadores Cambistas.
As ruas de Ciudad Del Este, na ótica de Rabossi, além de ser naturalmente o lugar de circulação de pessoas, configuram-se também como um espaço onde se desenvolve diversos tipos de comércio. Os vendedores que trabalham na via pública estão divididos em dois grupos: os ambulantes, isto é, que percorrem as ruas com os produtos, e os que trabalham fixos num lugar específico (mesiteros). Legalmente, a prefeitura de Cidaud Del Este é quem detém o controle sobre o espaço da rua, porém na prática, desde que foi aceito o trabalho dos mesiteros e formadas as associações, esse controle passou a ser compartilhado entre a Prefeitura e as associações, afirma Rabossi. Estas ruas se fazem demasiado impactantes àqueles que as vêem pela primeira vez. Assim o foi com os integrantes deste grupo, fazendo-nos refletir sobre a lógica capitalista e a nossa atual sociedade de consumo. As intensas relações de compra e venda de mercadorias são efetuadas densamente por todo o centro de Ciudad del Este, e se tornam parte inevitável da vida da população amarrada àquela espacialidade.

FOZ DO IGUAÇU

Devido a sua localização geográfica e sua dinâmica econômica, hoje Foz do Iguaçú é uma das principais cidades do oeste paranaense. Inaugurada com finalidades militares, Foz sempre foi alvo de políticas que consideravam o exterior, e estas ditavam o ritmo econômico da cidade, que foi-se constituindo num dos principais pólos econômicos do Paraná (ROSEIRA, 2006). O potencial turístico – que alavanca a economia da cidade – de Foz do Iguaçú advém, sobretudo, da Usina de Itaipu e das Cataratas do Iguaçú. A construção de Itaipu gerou um processo imigratório amplo, com pessoas oriundas de diversas regiões. No entanto, o término desta resultou num grave problema social, deixando um grande número de pessoas marginalizadas e contribuindo significativamente para o processo de favelização desencadeado na cidade. São estas pessoas marginalizadas que, no mais das vezes, se ocupam do trabalho informal proporcionado pela relação de Foz com Ciudad del Este. Porém, a economia informal mostra-se de fundamental importância:

As atividades informais envolvendo turismo de compras em Ciudad del Este exercem fortes efeitos para toda a economiza de Foz do Iguaçú, pois não é somente o comércio da cidade paraguaia que tem relação direta com o turismo de compras. Várias atividades em Foz do Iguaçú, como a hotelaria e o transporte urbano sofrem efeitos diretos desse tipo de turismo (ROSEIRA, 2006, p.121)

O turismo é, de acordo com este autor, o motor da economia de Foz do Iguaçú, pois os mais importantes setores da economia da cidade estão diretamente ligados ao turismo ali exercido. Dentro da atividade turística, Roseira distingue dois tipos: o turismo de compras, caracterizado por um grande volume de atividade comercial, por meios informais; e o turismo praticado nas Cataratas do Iguaçú e na Usina de Itaipu, que é caracterizado por políticas bem definidas, de âmbito municipal, estadual e federal.

Análise empírica do centro de Foz do Iguaçú

Nós (Grupo 5) ficamos incumbidos de fazer o levantamento de elementos da rua Jorge Sanwais, Santos Dumont, Quintino Bocaiúva e Marechal Floriano e Marechal Deodoro, conforme o esquema abaixo


As características da rua Jorge Sanwais revelam-se como um padrão para os trechos das ruas abrangidas pelo Grupo 5. A arborização e a presença de cobertura vegetal nas calçadas são bastante visíveis em todos os trechos percorridos. Estas duas características, aliadas às largas calçadas e ruas, à presença de prédios residenciais e comerciais, ao baixo fluxo de pessoas e automóveis, dão a impressão de que as duas quadras visitadas se constituem numa aprazível morada para seus habitantes. Nota-se, também, a presença de hidrômetros, indicando a água tratada.
Sobre as características da Jorge Sanwais, ainda pode-se destacar:
- há um lote abandonado com bastante lixo, mas a rua, no trecho percorrido, é bastante limpa;
- no entanto, não se verifica lixeiras ao longo da rua, nem poços;
- verifica-se a presença de rede coletora de esgotos;
- viu-se uma boca de lobo;
- embora a rua seja inteira asfaltada, em diversos trechos da rua verifica-se áreas permeáveis nas calçadas;
- as calçadas são largas e constituídas de “paver”;
- constata-se a presença de meio-fio;
- possui alinhamento predial;
- as edificações se caracterizam por apresentarem ora prédios comerciais, ora residenciais;
- há circulação de ônibus.



Figura 5 - Padrão Encontrado Foto: Os autores


Figura 6 – Piso Tátil Foto: Os autores

Algumas características que destoam das restantes, ao longo das duas quadras percorridas:

Rua Quintino, entre a Marechal Deodoro e Floriano Peixoto: nota-se que há edificações em construção, provavelmente para fins comerciais, além de uma futura igreja.

Figura 7 – Construção de Igreja

Rua Floriano Peixoto com a Jorge Sanwais: nota-se a presença de duas lixeiras ao longo do trecho percorrido. Cabe ressaltar que não há mais lixeiras ao longo das quadras, embora estas se encontrassem bastante limpas

Figura 8 – Padrão de Lixeiras Encontrado Foto: Os autores

Rua Marechal Deodoro: pode-se perceber uma maior intensidade de atividades comerciais, maior fluxo de automóveis e de pessoas.

Figura 9 – Estabelecimento comercial Foto: Os autores


Figura 10 – Mapa das formações fitogeográficas Fonte: ITCG


Questões de Biogeografia

ECOMUSEU:
1. O que significa a palavra tupi-guarani IGUAÇU: Água grande
2. O que significa a palavra tupi-guarani ITAIPU: Pedra que canta
3. Em qual rio foi construída a hidrelétrica de Itaipu: Rio Paraná
4. O lago da Itaipu é de que tamanho? 1.350 km2
5. Qual o tamanho em km2 do município de Londrina? 1.651 km2
6. Mencionar 3 espécies da flora do Parque Nacional de Iguaçu: Ipê amarelo,
7. Mencionar 3 espécies da fauna do Parque Nacional de Iguaçu: Guaxinim, Tucano, Quati.
8. Qual a vazão média das Cataratas do Iguaçu? 1.600 m3/segundo
9. Como é denominada a Floresta onde se encontra o Parque Nacional de Iguaçu? Floresta Estacional Semidecidual
10. Observe uma transecção linear da Floresta do Parque Nacional de Iguaçu e faça uma foto explicativa ou um croqui.

Figura 11 - Transcecção Linear da Floresta Do Parque de Iguaçu Foto: Gustavo Nascimento

USINA HIDRELÉTRICA DE ITAIPU

A usina de Itaipu esta localizada no rio Paraná, na fronteira entre Paraguai e Brasil. Sua construção foi iniciada a partir de 1970 colocando fim a uma série de problemas de divisas entre Brasil e Paraguai que disputavam o domínio da região de Sete Quedas, que hoje desapareceu em virtude da construção do lago.
O projeto vai de Foz do Iguaçu, no Brasil, e Ciudad del Este, no Paraguai, no sul, até Guaíra(Brasil) e Salto del Guairá (Paraguai), no norte. A capacidade instalada de geração da usina é de 14 GW, com 20 unidades geradoras fornecendo 700 MW cada. Tal como a grandeza da obra foi a quantidade de problemas consequentes a sua construção tais como o impacto ambiental, o impacto social e surgimento dos brasiguaios onde os agricultores munidos de indenizaçoes compraram terras no lado paraguaio em virtude do baixo custo.
Para a construção foi necessário mais de 40.000 trabalhadores que vieram de todos os cantos do país proporcionando uma explosão demográfica em Foz do Iguaçu registrando um crescimento de 385%, na construção foram utilizados 12,57 milhões de m³ de concreto (o equivalente a 210 estádios do Maracanã) e uma quantidade de ferro equivalente a 380 Torres Eiffel. Comparando a construção da hidrelétrica de Itaipu com o Eurotúnel (que liga França e Inglaterra sob o Canal da Mancha) foram utilizados 15 vezes mais concreto e o volume de escavações foi 8,5 vezes maior.
O comprimento total da barragem é 7.235 metros, com uma elevação da crista de 225 metros. A capacidade instalada de geração da usina é de 14 GW, com 20 unidades geradoras fornecendo 700 MW cada. Tudo isso faz da usina hidrelétrica de Itaipu a maior usina do mundo nesse segmento.

PARQUE NACIONAL IGUAZU:
1. Qual o nome da província biogeográfica em que se localiza o Parque Nacional Iguazu? Selva Paranaense
2. Qual o maior mamífero encontrado no Parque Nacional Iguazu? E sua área de ocorrência? Anta
3. O que significa as formas dendríticas na vegetação do Parque Nacional Iguazu que podemos observar nas imagens de satélites do Google? Vegetação diferenciada, relacionadas ao sistema de drenagem
4. Comentar sobre algum aspecto que você achou interessante observando o Museu do Parque Nacional Iguazu: A estrutura do museu, adequada ao recebimento de turistas

Tendo como base o site oficial do Parque Nacional Iguazu-ARG e o trabalho de campo realizado, descreveremos algumas características do parque.
O Parque Nacional Iguazu-ARG (Figura 12) foi criado em 1934, está situado ao norte da Província de misiones, que faz fronteira com o Brasil. O parque, que abrange uma área total 67000 ha, desde 1984, ostenta o titulo de patrimônio natural da humanidade. Tanto o relevo quanto o padrão de drenagem estão sujeitos a uma meseta basáltica que alcança 700 metros. O clima da reserva é mesotérmico brando super-úmido, com temperatura média de 18 a 22º centígrados, mínima de 0°c e máxima em torno de 40°c

Figura 12 - Parque Nacional Iguazú Fonte: Site Oficial

A região onde está situado o parque é recoberta pela mata estacional semidecidual. Estacional, porque apresenta as estações do ano bem definidas, com verões chuvosos (entre 1.500 e 1.750mm) e invernos secos. Semidecidual, porque algumas árvores perdem as folhas no inverno para compensar a falta de água. Na parte norte do Parque Nacional, em regiões acima de 600m, existem a matas de pinheiros nativos (Araucaria angustifolia).
A Flora do Parque Nacional do Iguazu possui uma diversidade riquíssima. São milhares de espécies que se condensam na Flora Pluvial Subtropical. Na flora do parque predomina basicamente dois grupos: floresta estacional semidecidual e mata de araucária, que formam a cobertura contínua de vegetação, lembrando um gigantesco manto verde de valor incalculável, como banco genético para futuros reflorestamentos.
Na visita realizada ao Parque Nacional Iguazu, pode-se observar uma estrutura adequada em receber turistas, possuindo trilhas bem sinalizadas e disciplinadas e que ofereciam segurança aos visitantes do parque, contatou-se ainda que haviam locais para alimentação e saneamento básico.


Figura 13 - Sinalização do Parque Foto: Os autores

De fato, a flora e fauna do parque são exuberantes e de uma diversidade visível, as quedas da água se apresentam como um espetáculo proporcionado pela natureza, e que pode ser deslumbrado pelos visitantes do parque, que observam tudo fascinados, tais visitantes surgem de diversas localidades do globo.

Figura 14 - Cataratas do Iguaçu Foto: Os autores

No dia da Visita não foi possível visitar a principal atração do parque (Garganta do Diabo), devido às intensas chuvas decorrentes nas semanas anteriores a visita, o restante do parque pode ser explorado sem maiores dificuldades.

Conclusão

Através da analise entre três realidades diferentes, podemos concluir que a fronteira apresenta situações totalmente contraditórias, enquanto a Ciudad Del Este tem economia totalmente voltada para a exportação de produtos oriundos em sua maioria da Ásia, não garante a cidade que os recursos obtidos sejam aplicados na melhoria das condições de infra-estrutura da cidade, onde saneamento, melhorias sanitárias, organização do trânsito são alguns dos problemas que não parecem merecer destaque daqueles que deveriam organizar e controlar as atividades dela.
Por outro lado, a cidade de Foz do Iguaçu apresenta uma conotação voltada a atividade turística, onde a grande quantidade de hotéis e os sistemas de interação da cidade com o parque são muito presente no cotidiano da cidade. Outro ponto a ser comentado é quanto à disposição da cidade com relação ao transito e outras políticas públicas tais como o saneamento e a forma da espacialização da cidade, totalmente contrária ao visto em Ciudad del Este.
Assim podemos dizer que a Tríplice Fronteira, tem muitos atrativos desde que precisa comprar até aqueles que buscam desfrutar das belezas naturais, porém uma região rica, não significa um lugar justo e com oportunidades iguais a todos.



Referências
INSTITUTO DE TERRAS CARTOGRAFIA E GEODÉSIA (ITCG). Produtos Cartográficos. 2009. Disponível em: . Acesso em: 06 dez. 2009.
RABOSSI, Fernando. Nas Ruas De Ciudad Del Este: Vidas e Vendas num mercado de Fronteira. Rio de Janeiro, 2004. Tese ( Doutorado em Antropologia Social) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.
ROSEIRA, Antonio Marcos. Foz do Iguaçu: Cidade Rede Sul-Americana, 2006. 170p. Dissertação (Mestrado em Geografia). Universidade de São Paulo, São Paulo.
Parque Nacional Iguazu. Disponível em http://www.iguazuargentina.com Acesso em 07 dez/2009.

RELATÓRIO DE TRABALHO DE CAMPO NA TRÍPLICE FRONTEIRA

GRUPO 9: ADALTO HENRIQUE MARSON / LUCÉLIA IGNÁCIO

INTRODUÇÃO:
Realizado nos dia 17 e 18 de outubro de 2009 o trabalho de campo, sobre a orientação dos professores do 4º ano de Geografia da Universidade Estadual de Londrina, Márcia Siqueira de Carvalho e Omar Neto Fernandes Barros na região da tríplice fronteira, em Foz do Iguaçu , Paraguai e Argentina, decorrente da disciplina de Geografia do Brasil e Biogeografia, o trabalho de campo,interdisciplinar nos possibilitou uma experiência de conhecimento e vivência imprescindíveis no contexto de ambas as disciplinas.
Em um primeiro momento, nas cidades de Foz do Iguaçu e Paraguai, podemos observar o uso do território em suas diversas maneiras, o intenso fluxo de produtos, serviços e pessoas concentrado nesta região, nos diferentes espaços percorridos, e como o homem tem alterado e usufruído deste território remodelando o de acordo com seus interesses sociais e principalmente econômicos.
O objetivo dessa parte do trabalho foi vivenciar em contexto e prática os conteúdos discutidos dentro da disciplina de Geografia do Brasil, assim como o estudo das principais características da região da tríplice fronteira, analisando a infra - estrutura presente nas ruas da cidade de Foz do Iguaçu , a diversidade das atividades econômicas, os principais problemas sociais, tais como a violência o tráfico de drogas, facilitados e influenciados por esse fluxo, como também pela ausência de melhorias nas políticas publicas locais.
Num segundo momento foi possível observar a diversidade e as belezas da Natureza nessa região, além de visualizar também uma parcela do o potencial turístico e energético da mesma através da visita feita a usina hidrelétrica de Itaipu em território Brasileiro, e ao Parque do Iguazú, em território argentino, complementando assim a prática da disciplina de Biogeografia , unindo esta a teoria já estudada em classe.


A TRÍPLICE FRONTEIRA:
A experiência do trabalho de campo nos permitiu conhecer e estudar a região de fronteira observando a construção de do espaço suas diferentes e complexas características,a fronteira como o lugar da diversidade e da integração em seus diferentes contextos, sobre estes apontaremos aqui alguns dos principais fatores que contribuem para a importância desta região
O Brasil possui um total de nove fronteiras, além desta mencionada, entretanto a tríplice fronteira, termo que passa a ser usado para definir a confluência entre Brasil, Paraguai e Uruguai na década de 1990, alcança maior destaque dentre as outras em razão da diversidade das atividades econômicas, do grande fluxo de pessoas, produtos e serviços.Como afirma Amaral apud Gomes (2008):

O Brasil possui um total de nove tríplices fronteiras, porém, a fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina é, de todas a mais notória, pois um dos fatores que a diferencia das demais é a presença de três cidades de porte médio e o fluxo intensivo de pessoas devido às atrações turísticas e comerciais presentes na região.”(GOMES,2008, pg.76)

Fazem parte de integração tríplice fronteira as cidades de Foz do Iguaçu, Ciudad Del Leste, e Puerto Iguaçu que por sua vez permanecem social e economicamente integradas, de forma que é quase imperceptível a existência de limites territoriais nesta região.Toda essa integração é resulta de que projetos e políticas públicas para a isenção de tarifas e o livre comércio entre os países da America do sul, estruturadas, e incentivadas a partir da década de 90.
Essas três cidades estão interligadas por uma estrutura de pontes, Foz do Iguaçu a Ciudad del Este através da Ponte Presidente Alfredo, mais conhecida como Ponte da Amizade, e Puerto Iguazú se liga a foz pela Ponte Tancredo Neves, ou Ponte da Fraternidade. Entretanto quando estudadas mais diretamente, entende-se que a relação entre essas cidades na realidade é de unificação, os fluxos constantes de pessoas , as migrações pendulares diárias a trabalho, fazem com que as três cidades se transformem em um grande e único complexo urbano, como a firma Lima apud Gomes (2008):

O complexo urbano formado na Tríplice Fronteira forma praticamente uma só cidade. A integração faz parte do dia-a-dia das pessoas de tal forma que parece não haver fronteiras. A migração pendular faz com que pessoas se deslocam de um lugar a outro como se estivessem indo e vindo de bairros vizinhos. Brasileiros que residem em Foz do Iguaçu e argentinos de Puerto Iguazú, trabalham em Ciudad del Este, indo e vindo de forma habitual e permanente. Da mesma forma, paraguaios e argentinos trabalham em Foz do Iguaçu e assim as pessoas transitam, trabalham, e vivem, bastando apenas portar o documento de identidade. (LIMA, 2005).

Apesar do termo e das atividades turísticas e comerciais que integra as três cidades, a região da tríplice fronteira apresenta grandes diferenças étnicas, culturais, econômicas e sociais que podem ser observadas ao mínimo contato com a região de estudo. As línguas e dialetos falados, são diversos o que torna a comunicação muitas vezes confusa, mas apenas para as pessoas não residentes, pois para a população local os dialetos aparentam ser facilmente interpretados.
Essa grande diversidade cultural ganha maior destaque nas proximidades do comércio,onde podem ser observadas de maneira mais direta,em meio às atividades comerciais. No microcentro de Ciudad Del Leste, por exemplo é possível encontrar pessoas das mais diversas nacionalidades, que freqüentam as áreas atraídas pelas atividades comerciais e turísticas, pelos baixos preços das mercadorias e mesmo com o objetivo de não pagar tarifas e impostos sobre as mesmas.
A realidade social da população que vive nesta região, também se faz perceptível na observação das ruas e das atividades econômicas locais, refletem as características e dificuldades enfrentadas diariamente por esse povo. Durante todo a trajeto pela região da fronteira, na ponte e no comércio é possível encontrar em grande quantidade e em toda parte trabalhadores informais, pessoas oferecendo seus serviços, ambulantes crianças nas ruas desenvolvendo trabalhos como adultos, muitas destas crianças por necessidade trabalham até mesmo ajudando a família no campo.
O trabalho e a violência infantil é um dos principais problemas dessa região, visto que cria um grande índice de evasão escolar,e contribui para a manutenção ao longo dos tempos da pobreza desemprego e miséria dessa população, essas crianças que fora da escola ficam a margem da sociedade, como alvos fáceis do trafico de drogas, da violência e da prostituição infantil.
Dentre outros agravantes a região apresenta autos índices de violência de forma geral, grandes problemas com relação ao tráfico de drogas, infra-estrutura de água e esgoto, a maior parte destes problemas é atribuído ao grande fluxo de pessoas e mercadorias assim como a falta de fiscalização nesta região o que facilita a ação do crime organizado, de contrabando de produtos e mercadorias das mais diversas origens, assim como a ausência de políticas publicas de efeito.
Quanto à infra-estrutura e problemas com o meio ambiente a ausência de uma rede de tratamento de esgoto é fato predominante nas três cidades da fronteira, sendo que em Foz do Iguaçu nem a metade da área urbana é coberta pelos serviços, e em Ciudad Del Leste no Paraguai o serviço por sua vez nem chega a existir. Como afirma Gomes (2008):

Na Tríplice Fronteira pode ser destacada a poluição das águas e degradação do rio Paraná, no trecho compartilhado, causada pelos três países fronteiriços. A falta de planejamento no que se refere à ocupação de áreas protegidas, a falta de políticas públicas para infra-estrutura urbana em relação à rede de tratamento de esgotos e contaminação causada pelas atividades agropecuárias do entorno, são problemas existentes nas três cidades fronteiriças.Nas regiões urbanizadas, como é o caso da Tríplice Fronteira, o uso intensivo dos recursos hídricos superficiais e o lançamento de efluentes nos rios têm gerado a perda da qualidade e escassez de água. (GOMES, 2008, pg. 162)

Como podemos verificar a muito a ser feito pela melhoria na qualidade de vida e infra-estrutura locais, nos diferentes dos da fronteira, o que falta na realidade é uma política em favor da integração social e de infra-estrutura, que de acordo com o que podemos observar deixa muito a desejar, uma maior preocupação por parte das políticas publicas em melhorar a infra-estrutura local, como também a qualidade de vida dessa população que reside nesta região e que depende dessa integração econômica para sobreviver.



A CIDADE DE FOZ DO IGUAÇU:
A cidade de Foz do Iguaçu, está localizada, no extremo oeste do terceiro planalto paranaense, faz fronteira com o Paraguai e Argentina com latitude sul 25º 32’ 45” e longitude oeste 54º 35’ 07”.
O processo de colonização da cidade foi intensificando a partir de 1973 quando devido à construção da hidrelétrica de Itaipu grande quantidade de pessoas foi atraída para a região, migrando em busca de trabalho, o município possui hoje uma população com cerca de 311.000 habitantes IBGE (2007), considerando que o tratado de Itaipu foi o fator determinante para tal crescimento populacional e desenvolvimento.
A região de Foz do Iguaçu foi alvo de políticas de povoamento do oeste paranaense por muitos anos , mas foi a partir da dec. de 70, que a efetiva ocupação da região começou a se estabelecer, devido ao inicio da construção da usina de Itaipu. Como descreve Roseira:

O discurso regional sempre foi muito presente na realidade do Oeste Paranaense desde as primeiras tentativas de ocupação até a forte modernização agrícola culminando em um crescimento urbano acelerado. Tanto por discursos nacionais quanto locais, a região estaria fadada a exercer um importante papel à soberania brasileira e ao desenvolvimento econômico do Paraná. (ROSEIRA, 2006,pg. 66)

Hoje Foz do Iguaçu tem como principal atividade econômica o turismo, sendo classificado ,como o quinto lugar nos destinos turísticos mais visitados do país e este também vêm a ser a primeira fonte de renda dos trabalhadores residentes na cidade.
Ainda de acordo com o autor a influência da construção da usina não se refletiu apenas no crescimento populacional, e na infra-estrutura urbana da cidade, mas sim diretamente em toda a estrutura econômica local, bem como na oferta de bens e serviços, na concentração de mão de obra não qualificada, fazendo com que entre outros fatores a cidade se tornasse grande fornecedora de material de construção, e que apos o término das obras fosse grande a demanda de trabalhadores desempregados,os quais não restavam outra alternativa a não ser sobreviver através do comercio informal que se estabeleceu e permanece até hoje em toda a região da tríplice fronteira.
A atividade turística na cidade se concentra principalmente em dois pontos, sendo a principal e mais visitado deles O Parque Nacional do Iguaçu, e em segunda estância a Usina Hidrelétrica de Itaipu, entretanto esse fluxo turístico não se concentra apenas nas belezas das cataratas do Iguaçu ou na visitação da hidrelétrica, além destes dois seguimentos a cidade desenvolve em concomitância o turismo de compras que concentra seu maior fluxo na cidade vizinha já citada Ciudad Del Este:

A força e o volume de suas atividades turísticas aliada aos efeitos nacionais e internacionais do seu comércio ilegal com Ciudad Del Este a colocam, no início do século XXI, entre as mais importantes cidades de fronteira na América do Sul. (Roseira, 2006,pg.86)

O turismo de compras apesar de não ser uma atividade própria da cidade, contribui muito para a economia local principalmente para a geração de empregos pois muitos brasileiros moradores de Foz do Iguaçu trabalham ou desempenham alguma atividade comercial em Ciudad Del Este, assim como os visitantes da cidade vizinha movimentam o setor de hotelaria e transporte de em Foz do Iguaçu.
Assim como os demais municípios da região da fronteira, apesar da imagem de desenvolvimento e prosperidade que conquistou Foz do Iguaçu no decorrer dos anos, muito devido também ao processo de modernização gerado pela construção da usina, a cidade hoje apresenta vários outros problemas a nível de violência, saneamento básico, infra-estrutura.
Devido à rapidez da expansão urbana na cidade o planejamento urbano existente não conseguiu organizar toda essa população, resultando em muitas áreas de ocupação irregular a margem de rios, além do que o conseqüente desemprego após o termino da construção da usina, contribuiu ainda mais para agravar a situação, aumentando a “favelização” de varias áreas. Não havendo nenhum incentivo por parte das autoridades publicas, um sistema de rede esgoto insuficiente torna critica a situação dos rios do município, conforme afirma Gomes (2008):

Diante disto, os rios da área urbana de Foz do Iguaçu encontram-se muito poluídos, pois além da degradação devido às ocupações irregulares à margem dos mesmos, despejos clandestinos são responsáveis por boa parte da poluição dos afluentes do rio Paraná, que cortam o município. (GOMES, 2008,pg.117)

Ainda segundo a autora esta situação é muito comum e não se limita apenas a população de baixa renda visto que, muitos estabelecimentos comerciais, pagam pela retirada dos resíduos, que muitas vezes não chegam ao seu destino correto, pois os próprios coletores acabam depositando tais resíduos nos rios.
Nos arredores da cidade há áreas de depósito de lixo não controlado e em áreas publicas, e a cidade não possui uma rede de escoamento eficaz.
Estes e outros problemas podem ser apontados como citações que contribuem para o baixo nível de qualidade de vida desta população assim como fator negativo, para a imagem turística da cidade, apesar de tudo a cidade se mantém como sendo a cidade rede e a maior da região da fronteira a que concentra a maior parte dos serviços, desempenhado função de polarizadora entre as demais.

A CIUDAD DEL ESTE:
Fazendo parte do território paraguaio, Ciudad Del Este pode ser classificada como uma cidade comercial, pois foi a partir desta atividade que conquistou crescimento e importância em um espaço de tempo relativamente curto, com um contingente populacional de cerca de 220.000 habitantes sendo estes das mais diferentes nacionalidades, é a segunda cidade em importância para o país, a primeira Assunção que é a atual capital.
A cidade está localizada no extremo oeste do Paraguai, logo adiante de Foz do Iguaçu, estando separada desta apenas pelo curso do rio Paraná.De acordo com Rabossi (2004) esta localização estratégica não é por acaso,a fundação e localização da cidade, segundo ele está diretamente relacionada a cidade de Foz do Iguaçu, as atividades nela desenvolvidas,e principalmente e seu fluxo de turistas e dinâmica econômica.

“A primeira característica chamativa de Cidade Del Leste é sua própria localização, cidade de fronteira, localizada no limite oriental do Paraguai, o desenvolvimento de seu comercio esta associado a compradores que vem de outros países, principalmente do Brasil.” (RABOSSI, 2004, pg.9)

Ainda segundo o mesmo autor, a cidade não é favorecida apenas pela localização estratégica como afirma:

“Sua peculiaridade está vinculada a sua incorporação em circuitos comerciais transnacionais que articulam dito espaço com distantes lugares de produção e com centros comerciais localizados noutras partes do mundo, e por onde fluem pessoas de diversas origens e mercadorias das mais variadas procedências. Isto por sua vez, permitiu ampliar as vantagens obtidas do outro lado do limite internacional, para além do horizonte dos habitantes da fronteira, expandindo- se através de inúmeros circuitos comerciais por todo o Brasil e outras partes da América latina.” (RABOSSI, 2004, pg.10)

Em outras palavras, Ciudad Del Este é hoje o maior centro de comércio livre da América Latina, uma verdadeira zona franca de produtos dos mais variados gêneros, com inúmeras lojas de eletroeletrônicos, utensílios roupas, bebidas, produtos geralmente provenientes do Mundo Asiático.
Outro fator característico desse turismo de compras desenvolvido ao longo dos anos, é ilegalidade presente e a ausência de fiscalização eficiente, os baixos preços de produtos de alta tecnologia, além do que, deste lado da fronteira também se encontram em atividade, serviços como cassinos, que são proibidos no Brasil, fatores que somados, sem duvida exercem um poder atrativo muito grande nas pessoas, “turistas” de outras localidades, que vêem em Ciudad Del Leste um lugar de grandes oportunidades únicas.
Como comentado em momento anterior o fluxo permanente de pessoas e mercadorias, principalmente de origem ilegal contribui para o desenvolvimento de diversos outros problemas nesta região de fronteira, sobretudo na Ciudad Del Este, devido a este movimento intenso e a diversidade de atividades.
Quando observadas as estruturas da cidade, é muito característica a imagem de constante desordem ou de um “caos organizado”, as ruas e as atividades comerciais se estabelecem em um ambiente que para nós Brasileiros, pode ser considerado como inadequado, confuso ou desordenado como descreve perfeitamente Roseira (2006):

A qualquer hora do dia ou da noite a turista que resolver atravessar a Ponte da Amizade se deparará com um cenário desolador.Lixo por todos os lados (papel, sacos plásticos, lata de cerveja de refrigerante, caixas e sujeiras em geral) causa uma sensação de abandono e descontrole.Indica a pobreza que sobrevive nos interstícios de toda a movimentação comercial que flui entre as duas cidades (ROSEIRA,2006,pg. 130)

A sujeira do lugar torna explicito a diversidade de problemas que a cidade tem, principalmente com relação às atividades de contrabandos e falsificação de mercadorias dos mais variados tipos, a falta de saneamento básico, a pobreza aparente deixa clara a necessidade de implementar políticas publicas e programas sociais, para a melhoria na da qualidade de vida dessa população.
No entanto foi a partir deste mecanismo comercial que a cidade conquistou seu espaço, sendo responsável hoje por grande porcentagem da atividade econômica do país, além do que a venda de parte da energia elétrica produzida pela Itaipu Binacional para o Brasil, também contribui para a crescente importância da cidade no Paraguai.

A CIDADE DE PUERTO IGUAZÚ:
Puerto Iguazú é uma pequena cidade, de pouco vigor econômico pertencente à província de Missiones em território argentino, província esta localizada na região nordeste da Argentina.
Fundada na década de 80, hoje tem mais de 32.000 habitantes, sendo a menor e menos populosa entre as cidades do aglomerado urbano da Tríplice Fronteira, como as demais cidades da região, teve ser crescimento impulsionado pela atividade comercial e turística.
A cidade está ligada a Foz do Iguaçu pela ponte da Fraternidade (Ponte Tancredo Neves) sendo também a partir desta a principal ligação com o fluxo de mercadorias e serviços locais.
Tem como atividade turística também as cataratas do Iguaçu, o lado argentino se denomina Parque Nacional Del Iguazú, o qual tivemos a oportunidade de conhecer e comentaremos num segundo momento deste trabalho.
Os principais problemas ambientais de Puerto Iguazú de acordo com Gomes (2008) estão ligados ao desmatamento a erosão das margens dos rios e a preservação da fauna local, problemas esses comuns também as outras cidades da região da fronteira. Assim como a falta de infra-estrutura, energia elétrica, rede esgoto, e políticas públicas que contemplem esses problemas, que aumentam proporcionalmente ao crescimento urbano :

Apesar do crescimento populacional, os investimentos em infra-estrutura não aumentaram em mesma proporção, levando o município a uma situação de deterioração ambiental, principalmente em relação a seus rios que recebem uma carga cada vez maior de poluição. Atualmente, o município apresenta deficiências em vários aspectos, como pobreza, falta de investimento em infra-estrutura, em serviços públicos e ineficiência da administração municipal em aplicar as medidas legais e sócio-ambientais que venham ao encontro das necessidades da população local.(Gomes,2008,pg.137)

A cidade de Puerto Iguazú tem crescido mas a falta de investimentos,e acumula problemas sem propostas de solução, o que não contribui para o seu avanço nos mais diferentes aspectos.

O USO DO TERRITÓRIO NA TRÍPLICE FRONTEIRA:
A área de fronteira estudada nos remete a inúmeras reflexões sobre como a atividade humana capaz de remodelar um espaço de acordo com os seus interesses, assim como de acordo com o seu próprio modo de vida. Em um contexto geral sem a visão geográfica poderíamos classificar a região da tríplice fronteira como uma área livre, aberta a comercialização e de produtos e a atividades das mais diferentes instancias, onde não há limites territoriais e mesmo as leis não se fazem valer. Entretanto a partir de um olhar mais próximo, podemos evidenciar mais do que isso, a forma como esse território, essa região fronteiriça foi apropriada e remodelada pelas pessoas que ali habitam, pelas relações sociais que alise estabeleceram e sobre tudo a partir da infra-estrutura local que foi criada.

O uso do território pode ser definido pela implantação de infra estrutura, para as quais estamos igualmente utilizando a denominação Sistemas de engenharia, mas também pelo dinamismo da economia e da sociedade.São os movimentos da população,a distribuição da agricultura, da indústria, e dos serviços, a arcabouço normativo, incluídas a legislação civil, fiscal e financeira que juntamente como o alcance da extensão da cidadania, configuram as funções do novo espaço geográfico. (Santos, 2004, pg. 21)

Neste sentido podemos afirmar que a estrutura local da região da fronteira foi e continua sendo apropriada e modificada, mais pelas relações sociais do que pela infra-estrutura,que esta segunda se desenvolve de para suprir as necessidades criadas pelas relações sociais.
Mas que no entanto a conquista dessa fluidez na estrutura territorial dessa região se iniciou a partir das políticas de povoamento da cidade de Foz do Iguaçu, conseguindo alcançar sucesso com a construção da Usina Hidrelétrica de Itaipu, como afirma Santos (2004):

Uma das características do período histórico é, em toda parte a necessidade de criar condições para maior circulação dos homens, dos produtos, das mercadorias, do dinheiro, da informação, das ordens.Os países, distinguem – se alias, em função das possibilidades abertas a essa fluidez.Por isso um dos capítulos mais comuns todos eles é a produção do equipamento, isso é da criação ou aperfeiçoamento dos sistemas de engenharia que facilitam a movimento. (Santos, 2004, pg.261)

Ainda de acordo com o autor a o estado pode contribuir para a criação deste espaço através da implantação de políticas de “abertura” ao comercio exterior, neste caso a cidade Brasileira fora mais uma vez beneficiada com através das políticas publicas estabelecidas . Todos estes critérios contribuíram para a construção de um espaço, com a capacidade de Foz do Iguaçu,como afirma Roseira:

Em Foz do Iguaçu, a posição de cidade-rede é posta por seu importante papel na circulação envolvendo pessoas e mercadorias, legais e ilegais, resultado do comércio local e das relações econômicas entre países do Cone Sul.[...] A circulação que envolve Foz do Iguaçu e a Tríplice Fronteira só é possível pelos elementos que compõem sua realidade local. Toda estrutura que envolve o turismo nas Cataratas do Iguaçu e na Hidrelétrica de Itaipu, associada ao comércio em Ciudad Del Este - hotéis, restaurantes, meios de transportes, comércio, etc. - constitui um conjunto de elementos que justificam a circulação.(Roseira, 2006, pg.137)

Não apenas a Cidade de Foz do Iguaçu, mas toda essa região da tríplice fronteira com toda a sua dinâmica econômica, expressa o que podemos classificar como a fluidez do território Santos (2004) e tem em seu contexto de formação e sua historia, a estratégia ligada a criação de infra-estrutura e de circulação de produtos e serviços.
Foi assim também com Ciudad del Leste com o planejamento de localização estratégica já comentada, e a busca pela integração com as atividades turísticas brasileiras e argentinas, tal estratégia favoreceu também para que em tão pouco tempo esta cidade consolidasse a sua importância principalmente na economia do Paraguai.
O fluxo constante de veículos, pessoas e mercadorias tornam perceptível a fluidez efetiva deste território articulado pelas atividades econômicas locais, a integração entre as três cidades que formam juntas um verdadeiro aglomerado urbano, a partir do qual não se pode mais definir fronteias e limites,tais fatores caracterizam o uso e as formas territoriais desta região.
Podemos portanto afirmar que essa região vem sendo reorganizada e apropriada pelas relações econômicas capitalistas, e pelo meio técnico cientifica informacional. Essa região que para nós pode se apresentar de forma confusa e desorganizada, na realidade foi se organizando pelas relações comerciais e turísticas ali estabelecidas, se tornando cada vez mais um território fluido e “organizado” à medida que conquista seu espaço no comercio nacional e internacional.

TRAJETO PERCORRIDO NAS RUAS DE FOZ DO IGUAÇU:

A pesquisa de campo no município de Foz do Iguaçu, foi assim estruturada e dividida, cada grupo com seu respectivo quadrante de ruas, conforme figura abaixo totalizando 9 grupos. Sendo o nosso grupo o responsável pelo percurso do nono quadrante do respectivo mapa, neste tópico descreveremos os pontos percorridos com o objetivo de entendermos de forma empírica, a organização do espaço na área central da Cidade de Foz do Iguaçu.



Iniciamos tomando como ponto de partida o Hotel San Diego onde estávamos hospedados, o hotel se encontra na região central da cidade, na rua Alm. Barroso:


Figura 2 – Fonte : Lucélia Ignácio Calçada na Rua Alm. Barroso a poucos metros do hotel onde podemos visualizar boa arborização, lixeira e ruas limpas e organizadas


Figura 3 – Fonte: Lucélia Ignácio Esquina da rua Alm. Barroso com Xavier da Silva, onde podemos observar a continuidade da calçada anterior com amplo espaço para estacionamento, que constituem a fachada de um hotel de alto padrão, as ruas permanecem limpas e arborizadas.


Figura 4 – Fonte: Lucélia Ignácio Vista Lateral do Hotel, Rua Xavier da Silva, Podemos observar um local bem arborizado limpo, calçadas menos amplas comparadas à rua anterior, o hotel já mencionado é o maior encontrado no percurso, sua área total ocupa quase metade deste quarteirão, suas calçadas tem padrão diferenciado e a grande maioria das lixeiras do percurso pertence ao mesmo, além do que têm o mesmo padrão de decoração, harmonizando com a fachada do hotel



Figura 5
– Fonte Lucélia Ignácio – Lixeira do Hotel de alto padrão. (Iguaçu Plaza Hotel)



Figura 6 – Fonte Lucélia Ignácio – Rua Mal. Floriano podemos observar uma estrutura de ruas largas, de sentido único e com estacionamento dos dois lados, entretanto por não ser uma rua principal, as calçadas são de material inferior, e não estão em bom estado de conservação, as fachadas são bem simples, não possuem bueiros, e não há Presença de lixeiras.



Figura 7 – Fonte: Willian Marques – Estado de conservação da calçada da rua Mal. Floriano, poucos metros à frente de mais um hotel de perfil mais simples. Como podemos ver não há lixeiras, bueiros e nem arborização.


Figura 8 – Fonte – Lucélia Ignácio – Rua Bartolomeu de Gusmão , como a rua anterior, segue mal conservada, sem bueiros, nem lixeiras, pouca iluminação, onde também encontramos comércios variados, e pequenos hotéis de padrão simples.


Figura 9 – Fonte: Lucélia Ignácio – Rua Alm. Barroso retornamos as calçadas mais “sofisticadas”, mas ainda sem lixeiras, sem arborização, e desprovida de bueiros.

Análise do Percurso: a análise do percurso nos permite concluir que apesar de estar em uma região de área central, a ausência de estruturas básicas e necessárias como lixeiras e bueiros caracteriza os problemas comentados durante todo o trabalho sobre a infra-estrutura da cidade de Foz do Iguaçu. Algumas das atividades comerciais mais importantes da cidade se concentram nesta área que pode ser classificada como hoteleira, sendo que alguns destes hotéis até influenciam na estrutura e aparência da cidade, como foi possível verificar no primeiro hotel do percurso que é de alto padrão (Iguaçu Plaza Hotel) no entanto ao simples ato de dobrar a esquina toda falta de estrutura se revela, pois nas ruas que não são principais, e não possuem grandes hotéis a infra-estrutura observada no contexto geral deixa muito a desejar.


Biogeografia:

O segundo dia de trabalho foi destinado à disciplina de Biogeografia, a visitação de pontos turísticos pertencentes a assa região, tais como a Usina Hidrelétrica Binacional de Itaipu, e o parque Nacional do Iguazú no lado Argentino.

Fonte : Lucélia Ignácio - Entrada Itaipu - Binacional


USINA HIDRELÉTRICA DE ITAIPU

É difícil escrever sobre Itaipu sem mencionar exageros e entrar no campo das comparações exorbitantes, afinal, estamos falando da maior usina hidroelétrica em produção de energia, afinal, foi usado em sua obra concreto suficiente para construir duzentos e dez estádios como o do Maracanã, a quantidade de ferro é a equivalente a de trezentas e oitenta torres Eiffel, e a sua construção foi resultado do esforço de quarenta mil pessoas que trabalharam diretamente com a obra.

Fonte : Lucélia Ignácio - Barragem

A barragem tem o comprimento total de 7,2 Quilômetros, algo difícil de mensurar se imaginarmos a grandiosidade de cada metro considerando o volume da barragem, pois no ponto mais alto ela atinge cento e noventa e seis metros de altura, algo em torno de sessenta e cinco andares.

Para efeito de comparação, se toda a água das cataratas do Iguaçu fosse utilizada para produzir energia, essa conseguiria atender somente a duas turbinas, Itaipu tem vinte, das quais dezoito ficam em operação e duas ficam em manutenção, revezando-se nesse processo. Os números em produção de energia são exorbitantes, e a expectativa é grande para a Usina produzir pela primeira vez os cem mil GWh. No que se diz respeito ao meio ambiente, em uma operação denominada Mymba Kuera (que em tupi-guarani quer dizer “pega-bicho”), durante a formação do reservatório, equipes do setor ambiental de Itaipu esforçaram-se em percorrer a maior parte da área que seria alagada para salvar centenas de exemplares de espécies de animais da região.

Fonte : Lucélia Ignácio - Reservatório

O fato de o reservatório de Itaipu ter 1.350 quilômetros quadrados também é sonsiderado de certa forma um sucesso ambiental, pois a segunda maior usian hidroelétrica braileira, a de Tucuruí, tem 2430 quilômetros quadrados, itaipu fica somente na sétima colocação em tamanho de lagos artificiais de usinas hidroelétricas, tendo um excelente resultado na proporção lago/produção de energia. Nos 170 quilômetros de extensão, entre Foz do Iguaçu e Guaíra, o Reservatório de Itaipu atinge áreas de 16 municípios, dos quais 15 no estado do Paraná e um no Mato Grosso do Sul.

Como compensação, Itaipu paga royalties a esses municípios, proporcionalmente à área de terra alagada. Desde 1985, a Itaipu pagou ao Brasil mais de US$ 3,35 bilhões em royalties. No Paraguai, a compensação é repassada integralmente ao Tesouro Nacional. No Brasil, 45% da compensação é repassada aos Estados, 45% aos municípios e 10% para órgãos federais, de acordo com a Lei dos Royalties, em vigor desde 1991.

O ônibus com os alunos da geografia teve de ficar no estacionamento da Hidroelétrica, pois seguiríamos o caminho com ônibus panorâmicos de 2 pisos e guia, que dava informações em Português, Inglês e Espanhol. Antes disso, assitimos um vídeo sobre a usina, de onde foram retiradas diversas informações que compõem este texto.

Também ficamos facinados com o painel que mostrava as diferentes nacionalidades dos visitantes, países cuja população não utrapassa sequer os cem mil habitantes já tiveram um de seus patríos visitando Itaipu. Não bastasse o frison diante da visão da barragem, ficamos maravilhados com o fato de o vertedouro estar aberto, é impressionante o fato de uma obra construída pelas mãos dos homens estar fazendo garoar no mirante, a centenas de metros, simplesmente majestoso!

VIDEO VERTEDOURO

Fonte - Lucélia Ignácio

O nome de Itaipu significa “Pedra que Canta”, e também foi uma forma de homengear uma ilha que exisita nas proximidades da barragem, antes de ser cucumbida pelas águas.

Durante o trajeto também nos chamou a atenção as árvores plantadas pelos empregados com bastante tempo de casa, a obra em metal de forma humana, homenagem aos trabalhadores que tanto se dedicaram a essa que é considerada uma das sete maravilhas do mundo moderno.

Falando nos homens, é espantoso como como a usina transformou a vida desses, antes do começo das contruções da usina hidroelétrica de Itaipu a população de Foz do Iguaçu era de 20 mil habitantes, tinha apenas duas ruas asfaltadas, após dez anos a população já tinha saltado para mais de cem mil habitantes.

A primeira tarefa foi alterar o curso do rio Paraná, removendo 55 milhões de metros cúbicos de terra e rocha para escavar um desvio de 2 quilômetros. Em 28 de outuibro de 1978, 58 toneladas de dinamite explodem a estrutura que protegia o novo curso. Foi então, no dia 5 de novembro de 1982, com o reservatório já formado, os presidentes do Brasil, João Figueiredo, e do Paraguai, Alfredo Stroessner, acionam o mecanismo que levanta automaticamente as 14 comportas do vertedouro, liberam a água represada do Rio Paraná e, assim, inauguram oficialmente a maior hidrelétrica do mundo, após mais de 50 mil horas de trabalho.

Fonte : Lucélia Ignácio - Vertedouro


PARQUE NACIONAL DO IGUAZÚ (ARGENTINA)

O Parque Nacional do Iguazú foi criado na argentina no ano de 1934 com o objetivo de conservar as Cataratas do Iguaçu, assim como toda a biodiversidade que o rodeia. Com uma área de 67.000 hectares, foi implantado no norte da provínica de Missiones, que faz fronteira com o estado brasiliro do Paraná. A cidade mais p´roxima do parque é o Munícipio de Puerto Iguazú (também visitado pelo nosso grupo), cerca de 17 quilômetros.

As Cataratas se encontram no Rio Iguaçu, quie tem uma longitude total de mil duzentos e trinta quilômetros, o interessante é que as cataratas são há apenas 23 quilômetros antes do Rio Iguaçu se encontrar com o Rio Paraná. Em seu conjunto, a flora do Parque Nacional do Iguazu é composta por mais de noventa espécies, sã oencontrada inclusive espécies como Peroba, Cedro-Rosa e Palmito, espécies de certa forma comums em outros parques brasileiros mas raras em solo argentino. Quando passamos pelas passarelas, localizadas a montante das corredeiras, tinhamos uma visão panorâmica dos saltos, é muito comum encontrar o quati no caminho, interagindo com os visistantes vindos de diversas partes do mundo. Infelismente, devido a cheia que tanto nos deu alegria em Itaipu, para observar o vertedouro, nos tirou a possibilidade de ir até o local conhcecido como garganta do diabo, o ponto alto da visitação ao parque.

Em 1542, Cabeza de Vaca comandava um grupo de espanhóis que vinha explorando a região, habitada pelos índios Caiagangue e Tupi-Guarani, rumo à então colônia de Assunção. Dentre inúmeros obstáculos enfrentados durante a viagem, ao descer o rio de canoa à procura de uma rota para Assunção, no Paraguai, o desbravador só teve tempo de gritar "Santa Maria, que beleza!", ao avistar pela primeira vez as cataratas. Assim, com sorte e habilidade para escapar da terrível armadilha do rio, Cabeza de Vaca entrou para a História por seu feito e por sua frase célebre. Ele foi o primeiro branco, cristão e nobre a registrar as Cataratas do Iguaçu. Mas, ao encontrar o abismo de água, batizou-as de Saltos de Santa Maria. Mais tarde elas se tornaram conhecidas pelo nome definitivo, Cataratas do Iguaçu. YGUAZÚ, para os índios guaranis que havia cerca de 2 mil anos habitavam a região, significa "água grande".

Fonte : Lucélia Ignácio - Cataratas (Argentina)

ECOMUSEU

Após a entusiasmante visista a usina de Itaipu, o grupo visita o Ecomuseu, vinculado à Usina, somos recebidos pelo guia que esclare, levando em conta o tempo corrido, a importância de se registrar a história da fauna e flora e também do próprio homem antes do advento da Usina e da cidade de Foz do Iguaçu, um aquário com várias espécies de peixes típicos da região é uma das primeiras atrações, que nos chama a atenção por ser uma atração viva, num local onde se costuma encontrar exemplares mortos.

O cuidado em mostrar a cerâmica indígena também é digno de nota, mas em meio a ponta de flechas, vasos, e demias objetos o que mais chama a atenção é a urna funerária, semelhante a um grande caldeirão de barro, onde o índio é colocado com restos de alimento quando morto, na posição fetal, como veio a vida, para viajar para o mundo dos mortos, imagem incomum que nos leva a reflexão.

As maquetes que mostram o antes e depois da barragem de Itaipu são muito didáticas, e mostram como o começo do lago de Itaipu coincide com o local das Sete Quedas, outra famosa queda d’água que desapareceu após a construção da usina.

Para o nosso grupo, que não teve a oportunidade de conhecer o interior da usina, também foi de grande valia a representação da turbina de Itaipu, com direito a até mesmo o barulho de tal equipamento. A recriação sonora também foi uma constante em vitrines temáticas, que mostravam como era a região em determinados períodos históricos, isso nos remete a biogeografia local. E claro, a exposição de animais empalhados, com centenas de exemplares, de mamíferos a insetos, a atração mais comum de um ecomuseu.

Na saída, diante de tantas criações da natureza, destaque para duas humanas, a parede de um trabalhador que ajudou a construir a usina, com diversos desenhos a mão, e um enorme caminhão de pedreira, o único que ficou por aqui depois da conclusão da obra, para que ninguém se esqueça do esforço incomum em concretizá-la.

Fonte : Lucélia Ignácio - Ecomuseu

Conclusão:

Durante o trabalho foi possível observar a diversidade cultural e econômica e social da região as relações comerciais nesta área exercem um papel muito importante, tanto Foz do Iguaçu para o Brasil como Ciudad del Leste para o Paraguai, são cidades de grande importância econômica onde as relações que se estabelecem refletem a nível nacional e internacional o seu papel econômico.

A integração entre tais cidades gera renda para as pessoas que moram nesta região de fronteira, o turismo seja ele de lazer ou de compras também exerce um papel econômico muito importante. Essa integração entre países no entanto deixa a desejar no sentido de fazer valer as leis e legislações ambientais, e essa é uma característica presente nos três países.

A mesma integração que ajuda no setor econômico, partilhando turistas e mercadorias também, gera pobreza, desigualdade social, violência, problemas sociais e ambientais que por sua vez se desenvolvem na mesma intensidade que as atividades econômicas, que merecem mais atenção por parte das autoridades locais.

Há a necessidade que essa integração que já existe esteja mais voltada para a melhoria da infra-estrutura local, dos programas de saúde publica e de geração de renda para esta população que parte do lucro das atividades turísticas e comerciais possa ser revertida em beneficio da população e da infra-estrutura dos municípios, pois o lucro e o crescimento econômico não têm gerado melhorias para três cidades, o que é característico deste espaço que é cada vez mais apropriado pelas relações capitalistas, pelo lucro como principal objetivo e pelas desigualdades e problemas conseqüentes da mesma.

Toda a atividade turística desenvolvida nesta região também está voltada para a exploração das belezas naturais do potencial de geração de energia, priorizando sempre o lucro, e pouco preocupada com a preservação das espécies, dos rios e demais recursos naturais, o que também exige maior atenção e planejamento destas atividades, e integração no sentido de unir forças das três nações para preservar o patrimônio natural, criar iniciativas de evitar a sujeira e poluição dos rios locais, retribuindo a natureza ao menos uma pequena parcela dos valores econômicos que ela tem fornecido a esta população durante todos esses anos.

Referências:

CURITIBA. Parque nacional do Iguaçu: Caminho aberto para vida, rede nacional pró – unidades de conservação, rede verde de informações ambientais, 2002.

GOMES,C.Legislação Ambiental Do Mercosul e a Gestão De Recursos Hídricos Na Tríplice Fronteira.2008.Dissertação (Mestrado em Geografia).Universidade Federal do Paraná,Curitiba.

Prefeitura Municipal de Foz do Iguaçu.Disponível em: Acesso em: 05/12/09.

RABOSSI, F. Nas ruas de Ciudad Del Este: vidas e vendas num mercado de fronteira. 2004. Tese (Doutorado em Antropologia) .Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.

ROSEIRA, Antonio Marcos. Foz do Iguaçu: Cidade Rede Sul- Americana. 2006. 170p. Dissertação (Mestrado em Geografia). Universidade de São Paulo, São Paulo.

SANTOS, Milton; SILVEIRA, Maria Laura. O Brasil: Território e Sociedade no início do século XXI. 6a ed. Rio de Janeiro. Record. 2004.