segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Grupo 1 - Gustavo Nascimento, Haggi Michelleti Abdul, Rafael Souza, Renan Sabino

Introdução


Com o objetivo de observamos na prática os estudos em sala de aula, nas datas de 16 de outubro ( saída da turma do estacionamento da UEL) à 19 de outubro ( Chegada a Londrina) do ano de 2009, os alunos do 4º ano de Geografia sob a orientação da professora Márcia Siqueira de Carvalho (docente da disciplina de Geografia do Brasil) e do Professor Omar Neto Fernandes Barros (Docente da disciplina de Biogeografia) fomos ás cidades de Foz do Iguaçu no Brasil, Ciudade del Leste no Paraguai e Puerto Iguazú na Argentina.
No dia 17, sábado, em Ciudad Del Este foi analisado o microcentro, que é onde se situa o grande comércio da cidade lá podemos observar questões como a infra-estrutura da cidade e a formação do comércio. Porém observação mais detalhada ocorreu mesmo em Foz do Iguaçu em quadras detalhadas pela professora Márcia e nosso grupo ficou responsável pelo quadrante número 1.
No dia 18, Domingo, visitamos ao Ecomuseu e ao Parque Nacional de Iguazú, no qual tivemos a oportunidade de contemplarmos as Cataratas e de observar a fauna e a flora da região, conteúdo a ser estudado para a disciplina de Biogeografia.
Além desse relatório, a avaliação do trabalho de campo consistiu ainda na elaboração de uma caderneta de campo contendo informações básicas e descrições a respeito dos locais visitados, assim como a resposta de um questionário.

Foz Do Iguaçu

Foz do Iguaçu é o município brasileiro, criado em 1918, no extremo oeste do Paraná, localizada na fronteira entre Paraguai e Argentina, com uma população de mais de 300 mil pessoas.
Destacando-se por seus atrativos, a cidade é referência em turismo no Brasil e no mundo, pois suas atrações turísticas, e a complexa rede hoteleira e de serviços, rendem a cidade fama internacional.
Mas a cidade, não é só palco disto, ela também é reconhecida por fazer parte da Tríplice Fronteira, local onde se encontram as divisas internacionais da Argentina, Brasil e Paraguai. Local este, de conflitos, debates e tensões frente aos problemas sociais e econômicos que se apresentam, e que se tornam cada vez mais um problema diplomático entre os países, e que sempre vem à tona.
Juntos, os municípios de Foz de Iguaçu (Brasil), Puerto Iguazu (Argentina) e Ciudad Del Este (Paraguai), se conectam e formam a chamada Tríplice Fronteira, que é a configuração de uma metrópole tri-nacional, na região das divisas.

A tríplice fronteira e o papel de Foz do Iguaçu

A tríplice fronteira se caracteriza, não só pelas divisas internacionais, mas sim, por toda sua interligação, e todo seu potencial econômico, político e social, visto que as cidades causam influências diretas em suas relações entre si. Estas relações se tornam mais evidentes nas relações entre Foz do Iguaçu e Ciudad Del Este, do que as duas com Puerto Iguazu.
É claro que Foz do Iguaçu, tem uma maior importância em relações às outras no contexto da tríplice fronteira, pois centraliza e emana poder através das divisas nacionais, pelo Cone Sul, e é visto como um pólo transfronteiriço que devido ao porte da cidade e seus contextos frente às demais, tem a função de ordenar a dinâmica da fronteira.
Fatores como a grande circulação de pessoas, turistas ou não, devidos a tríade central de atrações na região, como Cataratas do Iguaçu, a Usina Binacional de Itaipu, ou mesmo a circulação de mercadorias ilegais, como no comercio fronteiriço de Ciudad Del Este, torna estas cidades atreladas às atividades realizadas, e com isso, as torna uma metrópole, mesmo estando em países diferentes.
Metrópole esta que pode ser visualizada, pelas infra-estruturas construídas para o acesso entre as cidades levando-as a uma maior integração, pois com a construção da Ponte da Amizade, em 1965, ligando Brasil-Paraguai e a Ponte Tancredo Neves,construída no final da década de 80, ligando Brasil-Argentina, isso se tornou real. E a ligação entre Foz do Iguaçu e Curitiba, pela BR-277, em 1969, intensificou o desenvolvimento da região em direção ao restante do Brasil.
Mas as cidades se tornaram concorrentes, e sofrem constantemente com a inversão do fluxo de pessoas e mercadorias com base na situação econômica e política monetária de cada país, e no câmbio que faz a dinâmica da economia da tríplice fronteira.
Mas toda a questão fronteiriça polarizada por Foz do Iguaçu, e a irradiação de sua influência, devem-se a seu processo histórico, que fez com que o surgimento da então Colônia Militar do Iguaçu no séc. XIX, se desenvolvesse como a cidade de maior importância no oeste de Paraná, e de maior importância dentre as cidades fronteiriças do Brasil. Tudo isto se tornou o que é, graças às políticas nacionais implantadas após a década de 50, direcionadas ao controle e ocupação das áreas das fronteiras.
Ao analisar o papel de Foz do Iguaçu, no contexto da Tríplice Fronteira como cidade pólo, observamos uma complexa e emaranhada rede de relações com as cidades vizinhas, como em setores econômicos, ou através dos conflitos sociais existentes, ocasionados pelas atividades desenvolvidas ao longo da fronteira.
Mas a função da cidade vai além deste pólo, irradiador de influência, ela transpassa a fronteira e atinge diretamente todas as cidades da região das divisas. Foz do Iguaçu, é mais do que uma cidade pólo de turismo, com seus atrativos, mas sim como uma coordenadora da tríplice fronteira e sede da diplomacia dos três países ao redor da fronteira.
Mas, atualmente devemos analisar a tríplice fronteira, a partir de suas relações econômicas, políticas e sociais, entre os países, e entendermos os processos que por ali se desenvolveram, como o comércio ilegal, o contrabando, e outros, afim de que as relações diplomáticas se sobressaiam, tornando a fronteira, um palco de cooperação regional, para o desenvolvimento do Mercosul, e conseqüentemente de cada país.

Histórico do Município de Foz do Iguaçu

O município de Foz do Iguaçu, se originou inicialmente de uma Colônia Militar na região, criada em 22 de novembro de 1889, e foi o marco do início da ocupação efetiva brasileira na região da fronteira e extremo oeste do Paraná, e tinha como competência distribuir terrenos a colonos interessados.
Em 1910 a Colônia Militar passou à condição de "Vila Iguassu", distrito do município de Guarapuava. Dois anos depois, o Ministro da Guerra emancipou a Colônia tornando-a um povoamento civil entregue aos cuidados do governo do Paraná, e em 14 de março de 1914, pela Lei 1383, foi criado o município de Vila Iguaçu, instalado efetivamente no dia 10 de junho do mesmo ano. Somente em1918, o município passou a denominar-se "Foz do Iguaçu".
Atualmente sua população é estimada em 325.000 habitantes, segundo dados do IBGE (2009). Integra uma área urbana com mais de 700 mil habitantes, constituída pela tríade de municipios da triplice fronteira, Ciudad del Este, no Paraguai, e Puerto Iguazú na Argentina.


Atrações turisticas da cidade

Foz do Iguaçu, é conhecida internacionalmente pos seus atrativos turisticos, que atrai visitantes do Brasil e do mundo. Lugares como as Cataratas do Igauçu, a Usina Binacional de Itaipu, Parque das Aves, Marco das Três Fronteiras, Ponte da Amizade, etc, atraem turistas o ano todo, e movimentam a economia local, sempre voltada para o turismo e o fluxo continuo de turistas pela cidade.

Parque Nacional do Iguaçu
O Parque Nacional do Iguaçu foi criado em 1939, com o propósito de administrar e proteger o manancial de água que representa as cataratas e o conjunto do meio ambiente ao seu redor.
O parque que é um patrimônio mundial natural da humanidade tombado pela UNESCO, desde 1986, e é considerado uma unidade de conservação brasileira, localizada na porção extremo oeste do Parana, a 17 km do centro da cidade de Foz do Iguaçu e a apenas 5 km do Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu. O Parque Nacional tem uma área total de 185.262,20 hectares, e nele se encontra um dos mais espetaculares conjuntos de cataratas da Terra, as Cataratas do Iguaçu.
Também é um dos poucos locais de conservação da Mata Atlântica que antes cobria mais de 1,3 milhão de km² distribuída ao longo de 17 estados brasileiros, e que hoje de reduz a apenas 7,3% desse total. O que restou encontra-se, atualmente, em pequenas áreas isoladas, dentre elas as chamadas Unidades de Conservação. Até a década de 1950, a região oeste paranaense mantinha-se bem preservado ambientalmente, a partir daí, o processo mais intenso de devastação foi isolando o Parque Nacional do Iguaçu. Em 1980, este já estava praticamente isolado, em situação similar ocorrida à região da Serra do Mar, no litoral paranaense.
No Brasil, o Parque Natural se estende por 14 municípios da região:Foz do Iguaçu, Medianeira, Matelândia, Céu Azul, São Miguel do Iguaçu, Santa Terezinha de Itaipu, Santa Tereza do Oeste, Capitão Leônidas Marques, Capanema e Serranópolis do Iguaçu.
Quanto a biodiversidade de fauna, presentemente foram registradas 257 espécies de borboletas, porém estima-se que existam cerca de 800, mamíferos foram catalogados 45, anfíbios 12, serpentes 41, lagartos 8, peixes 18 e mais de 200 espécies de aves.
O Parque Nacional do Iguaçu preserva a exuberante vegetação da selva subtropical que rodeia a Área das Cataratas: 2 mil espécies de plantas. Conta com dois circuitos fundamentais chamados Inferior e Superior. No Circuito Inferior, as passarelas o levarão a sentir as quedas de água desde a parte inferior, enquanto que o Circuito Superior, o fará por sobre a queda de água. Os visitantes dispõem ainda de um elevador panorâmico. Poderá também sobrevoar as Cataratas do Iguaçu apartir do helicópetro da Helisul, bem como fazer passeios em barco a motor no rio.
No parque encontramos a área das Cataratas do Iguaçu, um conjunto majestoso de cerca de 275 quedas de água no Rio Iguaçu (na Bacia hidrográfica do rio Paraná), localizam entre o Parque Nacional do Iguaçu, Paraná, no Brasil, e no Parque Nacional Iguazú, Misiones, na Argentina. A área total de ambos parques nacionais, correspondem a 250 mil hectares de floresta subtropical e declarada como Patrimônio Natural da Humanidade.

Usina Hidrelétrica de Itaipu

A usina de Itaipu, é a maior usina hidrelétrica do mundo em tamanho e em produção anual de energia, esta localizada no rio Paraná, na fronteira entre Brasil e Paraguai.
A construção foi iniciada na década de 1970, e causou fortes impactos em toda a região, tanto no contexto ambiental, social e econômico, pois foram necessários a empregabilidade de mais de 40.000 trabalhadores na construção da usina. A maioria deste contingente populacional, veio de outras regiões do estado e do país, e com o passar dos anos acabaram ficando raízes na cidade de Foz do Iguaçu.
Com isso, houve um aumento consideravel no contingente populacional da cidade, pois em 1960, o município contava com 28.080 habitantes, em 1970 com 33.970 e passou a ter, em 1980, 136.320 habitantes, registrando um crescimento de 385%, estimando-se hoje uma população de 325.000 habitantes
A construção gigantesca, foi um marco da engenharia não só de nosso país, mas em todo o mundo, pois os números são muitos. Na construção foram utilizados 12,57 milhões de m³ de concreto (o equivalente a 210 estádios do Maracanã) e uma quantidade de ferro equivalente a 380 Torres Eiffel. Comparando a construção da hidrelétrica de Itaipu com o Eurotúnel (que liga França e Inglaterra sob o Canal da Mancha) foram utilizados 15 vezes mais concreto e o volume de escavações foi 8,5 vezes maior.
O comprimento total da barragem é 7.235 metros, com uma elevação da crista de 225 metros. Itaipu é, na verdade quatro barragens juntas - da extrema esquerda, uma barragem de terra de preenchimento, uma barragem de enrocamento, uma barragem de concreto principal, e uma barragem de concreto para a ala direita. A barragem principal tem 196 metros de altura, o que é equivalente a um prédio de 65 andares.
A vazão máxima do vertedouro de Itaipu (62,2 mil metros cúbicos por segundo) corresponde a 40 vezes a vazão média das Cataratas do Iguaçu. A vazão de duas turbinas de Itaipu (700 metros cúbicos de água por segundo cada), corresponde a toda a vazão média das Cataratas (1500 metros cúbicos por segundo)
A capacidade instalada de geração da usina é de 14 GW, com 20 unidades geradoras fornecendo 700 MW cada. No ano de 2008, a usina geradora atingiu o seu recorde de produção, com 94,68 bilhões de quilowatts-hora (kWh), fornecendo 90% da energia consumida pelo Paraguai e 19% da energia consumida pelo Brasil.

Parque das aves

O Parque das Aves é um parque particular no Brasil, criado em 1994 e que conta atualmente com 17 hectares de mata nativa, situado próximo às Cataratas do rio Iguaçu, em Foz do Iguaçu, no Estado do Paraná. Possui cerca de 1.000 aves de 150 espécies brasileiras, além de outros exemplares exóticos, constituindo-se assim como o maior parque de aves da América Latina.


Infra estrutura sanitaria
Segundo a SANEPAR(2009), o muncipio de Foz do Iguaçu, ao contrario das cidades vizinhas da fronteria, conta com uma ampla e eficaz rede de agua e esgoto. Toda a cidade é integrada a rede de agua tratada, e mais de 69% da cidade recebe a rede de tratamento de esgoto.
Índice de Atendimento com Rede de Água – Jarda (%) 100
Índice de Atendimento com Rede Coletora de Esgoto – (%) 69,26
Esgoto Tratado em (%) 100
Estações de Tratamento de Esgotos 05
Reservatórios de Água 14
Capacidade dos Reservatórios de Água (m³) 25.600
Estações de Tratamento de Água 02
Fonte: SANEPAR, 2009

Economia

Foz do Iguaçu, tem sua economia voltada exclusivamente para o turismo e a geração de energia elétrica, que são os maiores atrativos da cidade. Mas o forte da cidade é mesmo o turismo que, destona de outros setores pelos atrativos que a cidade oferece a seus turistas.
Todos os setores relacionados diretamente com o turismo, tem um forte desenvolvimento na cidade. Mas sua economia tambem desponta na prestação de serviços e no comércio, apesar deste fazer frente com o comércio ilegal, sempre presente ao transpassar a fronteira, pela Ponte da Amizade, rumo ao Paraguai, por exemplo.
Mas questões como as atividades criminosas na região, comercio ilegal, e fragilidade na vigilância e fiscalização da fronteira, poderiam render a cidade, mais divisas através de uma maior arrecadação de impostos, criadas a partir de um maior rigor e controle sobre a fronteira.

Relevo

Foz do Iguaçu está localizado no extremo oeste do terceiro planalto paranaense, sendo o município mais a oeste do Paraná. O relevo é suavemente ondulado, o que contribui muito para o desenvolvimento da agricultura. Sua altitude varia em torno dos duzentos metros. A oeste do município corre o rio Paraná, ao sul o rio Iguaçu, ao norte fica o Lago de Itaipu e a sudeste o Parque Nacional do Iguaçu, uma das últimas reservas de mata nativa intacta que existem no Paraná. No sudoeste de Foz os Rios Iguaçu e Paraná se unem formando a tríplice fronteira entre Brasil, Argentina e Paraguai.

Clima

O clima de Foz de Iguaçu é subtropical úmido mesotérmico, classificado por Köppen como Cfa. A cidade tem uma das maiores amplitudes térmicas anuais do estado, cerca de 11°C de diferença média entre o inverno e o verão, isto deve-se a uma menor influência da marítimidade do que a que ocorre em outros municípios. Por isso os verões costumam ser muito quentes, com máximas médias em torno dos 35°C, por vezes chegando a superar a marca dos 42°C e os invernos apesar de, na média, serem considerados amenos, ainda sim propiciarem quedas bruscas de temperaturas que podem fazer a temperatura cair abaixo de zero durante a passagem de frentes frias com a massas de ar polar na retaguarda. As chuvas costumam ser bem distribuídas durante o ano, com uma pequena redução no inverno, e a precipitação anual varia em torno dos 1800 mm.

Solo

Apresenta encostas levemente onduladas, com solos de textura argilosa, de origens eruptivas, profundas e ricas em matéria orgânica.

Hidrografia

Nove microbacias hidrográficas, sendo a maioria destas nascidas no perímetro municipal. Os principais rios que cortam a cidade são: Paraná, Iguaçu, Tamanduá, São João, Almada, M’Boicy e Monjolo.
O acesso pluvial à cidade se dá pelos rios Paraná e Iguaçu e pelo Lago de Itaipu

Análise da estrutura Urbana da quadra Solicitada

Foi solicitado para os grupos a observação de alguns quesitos dividos da seguinte maneira:


Imagem 1: Divisão dos grupos para a análise urbana de Foz de Iguaçu



Imagem 2: Localização especifica do grupo 1

R Rui Barbosa – Entre R Castelo Branco e Av. Paraná


Imagem 3: Esquina da R Castelo Branco com a R Rui Barbosa ( Foto: Gustavo Nascimento)

Trecho da rua que apesar de possuir prédio tem baixo movimento e se apresenta como de Mao única de aproximadamente 12 metros de largura, e apesar de possuir meio fio em toda ela a calçada se mostra danificada e em alguns pontos há acúmulos de resíduos sólidos trazidos pela chuva.
Em conversa com moradores da rua estes disseram que possuem rede coletora de esgoto, assim como distribuição de água tratada. Há tanto a presença de residências como a de pequenas lojas comerciais.


Av Paraná – Entre R Rui Barbosa e R Xavier da Silva


Imagem 4: Av Paraná. ( Foto: Gustavo Nascimento)

Avenida de grande fluxo já que faz ligação com BR-277,pode se observar ainda ponto de ônibus, área comercial além de estacionamentos característico de grandes avenidas, apresenta também via de dois sentidos com 2 pavimentações, com uma calçada separando-as com grande quantidade de arborização.
Quanto a rede coletora de esgoto e distribuição de água tratada também é encontrada neste trecho da avenida, as calçadas são largas e em alguns trechos estão deterioradas, há a presença de lixeiras tanto no pontos de ônibus quanto na calçada.
O loteamento é consolidado pela prefeitura e as edificações são alinhados obedecendo a um padrão. Apesar de ser uma área comercial, com presença de mercados, bares, entre outros encontra-se também edificações residenciais.

R Xavier da Silva – Entre Av Paraná e R Castelo Branco


Imagem 5: R Xavier da Silva ( Foto: Gustavo Nascimento)


Na Rua Xavier da Silva se mostrou com uma área comercial quando mais próximo da avenida Paraná e mais residencial na parte em que se distanciava desta. Apresentou lixeiras na calçada e em frente as residências, as calçadasem alguns pontos danificadas obedeciam o alinhamento predial e em outros pontos possui jardins, até a esquina com a R Castelo Branco, onde por causa da construção de um prédio a calçada ficou limitada.
Não há problemas quanto a rede coletora de esgoto e nem de água tratada, as ruas são largas de sentido único e por ter uma declividade acaba por acumular resíduos sólidos ainda mais em dia que houve chuva como o analisado.


R Castelo Branco – Entre a R Xavier da Silva e R Rui Barbosa.


Imagem 6: R Castelo Branco (Foto: Gustavo Nascimento)


Na rua Castelo Branco se mostrou de bem larga com 12 metros de largura aproximadamente de sentido único e apesar de prédios nesse trecho também não se notou muito movimento, com a construção evidenciada na foto acabou por tomar parte da calçada. E como em todas os trechos que analisamos a há a presença de rede de esgoto como a de água tratada. Nota-se também a presença de vazios urbanos afim de especulação imobiliária, edificações de alvenaria e de madeira e atividades comerciais são em pequena quantidade.

R Ptro. Venanti Otremba – Entre R Xavier da Silva e R Rui Barbosa


Imagem 7: R Ptro. Venanti Otremba ( Foto: Gustavo Nascimento)

O caso da Venanti Otremba segue o exemplo de todas as outras mostrando a uniformidade dessa região, sendo assim tem prédios e casas tanto para uso comercial quanto residencial, de maioria de alvenaria e algumas poucas de madeira, além de alguns vazios urbanos também. Bem arborizada, essa rua é larga de aproximadamente 12 metros de duplo sentido.
Rede coletora de esgoto e água tratada são há muito tempo presente nessa rua.


Ciudad Del Este: uma aproximação

Rabossi (2004) relata que Ciudad Del Este é a segunda cidade em importância do Paraguai, tanto em termos demográficos como econômicos. Estes dados chamam ainda mais atenção quando se leva em consideração que esta cidade foi fundada em 1957, quatrocentos e vinte anos depois de Assunção (fundada em 1537), que é a cidade mais importante do Paraguai e também sua capital.
A primeira característica, de acordo com o autor, que chama atenção de Ciudad Del Este é a sua localização, visto que é uma cidade fronteiriça, situada no limite oriental do Paraguai. Seu centro comercial localiza-se nas imediações da saída da Ponte da Amizade. Mercadorias, a maioria constituídas de produtos importados oriundos de diversas partes do mundo, especialmente do sudeste asiático, são oferecidas em seus estabelecimentos comerciais: galerias, shoppings e postos de venda de rua.
Quanto ao o rápido crescimento de Ciudad Del Este, Rabossi acredita que o mesmo pode ser explicado, sem desconsiderar outros fatores, pelo grande dinamismo que seu movimento comercial adquiriu, tornando-se num curtíssimo espaço de tempo um dos centros comerciais regionais mais importantes da America latina.
O autor informa que sua tese foi construída a partir de uma das figuras que considera mais visíveis e onipresentes, são os vendedores de rua, que ali são chamados de mesiteiros.
O desenvolvimento de seu comércio, na óptica de Rabossi, tem ligação com compradores de outros países, especialmente o Brasil. Ele acredita que a própria fundação da cidade deu-se visando a aproveitar o movimento que daria possibilidade à construção do corredor viário que viria unir o centro do Paraguai ao Brasil.
Nem todas as cidades localizadas em fronteiras internacionais que oferecem produtos com preços vantajosos alcançaram as proporções de Ciudad Del Este. A peculiaridade desta cidade — argumenta o autor — tem vínculo com o fato de ela estar incorporada em circuitos comerciais transnacionais que articulam seu espaço com distantes lugares de produção e com centros comerciais localizados em outras partes do mundo, e por onde fluem pessoas de várias origens, e mercadorias de variadas procedências.
Rabossi diz que, em se tratando de comerciantes, empregados, vendedores, compradores, transportadores e interesses comerciais, as inter-relações entre o lado brasileiro e o paraguaio são tantas que o limite internacional pode parecer um espaço urbano contínuo. Entretanto, ele pondera que o quadro mostrado pela dinâmica social e pelas trajetórias históricas é diferente. Limites claros também são mantidos nas interações que ocorrem através do movimento comercial.
O autor em questão comenta que, visando a favorecer a importação de produtos que seriam vendidos aos turistas que chegassem à cidade, uma série de medidas foi tomada, desenvolvendo-se a partir de um regime que tem como base concessão de exceções impositivas.
O autor compara o comércio de Ciudad Del Este com outras cidades com características parecidas, dando maior ênfase às semelhanças com Dubai. Comenta que elas compartilham muitas características. Por exemplo, o fato de ambas serem centros comerciais regionais cuja atividade está centrada na re-exportação de mercadorias produzidas em outras partes do mundo, de ser compostas por uma população de variadas origens que veio atraída por esse movimento comercial.
Entretanto, quando feita uma análise mais detalhada, as diferenças entre as duas cidades são bem visíveis, na opinião do autor. As balizas que marcam Dubai como uma das cidades de vanguarda na arquitetura contemporânea – as facilidades presentes em seu World Trade Center ou os luxos que guarda o hotel Burj Al Arab (um dos mais luxuosos do mundo) – não são encontrados em Ciudad Del Este, esclarece Rabossi. A presença mais sofisticada no centro comercial de Ciudad Del Este, o Shopping Monalisa, continua sendo um espaço modesto quando comparado com os shoppings de Dubai.
Observada de seu centro comercial, Ciudad Del Este está mais próxima dos mercados informais que caracterizam tantas cidades da América Latina, da Ásia ou da África do que dos centros comerciais mundiais mais dinâmicos dos anos 90.
Para compreender as peculiaridades de Ciudad Del Este, faz-se necessário entrar na cidade e analisar as formas de seu desenvolvimento. O que se precisa compreender não é porque Ciudad Del Este não está na vanguarda da arquitetura contemporânea, mas sim como, tendo alcançado uma dimensão comercial tão expressiva, seu desenvolvimento deu-se nas configurações que conhecemos.
Rabossi comentou também os aspectos de segurança na tríplice fronteira. Ele diz que a julgar pelo que os meios de comunicação regionais e internacionais divulgam sobre a zona de confluência dos limites entre Brasil, Paraguai e Argentina parece ter se transformado em um dos espaços que condensa todos os problemas de segurança contemporâneos: terrorismo islâmico e máfias transnacionais, pirataria, contrabando, lavagem de dinheiro, além de narcotráfico e tráfico de armas.
Rabossi parece crer que esta visão sobre a Tríplice Fronteira foi se concretizando durante a década de 90 depois dos atentados do11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos. Passando, a partir desse momento, a se configurar como um dos espaços privilegiados de pesquisa e reflexão no campo de segurança, aumentando os estudos estratégicos e as relações internacionais pela suposta vinculação entre formas ilegais de geração de recursos e o terrorismo internacional.
Na cartografia da criminalidade, que aparece delineada nesses retratos, as três cidades que compõem os limites internacionais são incorporadas dentro da totalidade que constitui a Tríplice Fronteira, porém é Ciudad Del Este a que aparece como seu centro.
Para Rabossi a presença de punguistas, putas, meliantes, revolucionários, criminosos, traficantes de drogas, viciados, assassinos, assaltantes, piratas, bandidos, extorsionários, contrabandistas, valentões, proxenetas e arrivistas, além de integrantes dos cartéis de drogas sul-americanos, das tríades chinesas, da Yakuza japonesa, das máfias italiana, russa e nigeriana, e de terroristas de Hezbollah, não é justificativa suficiente para que Ciudad Del Este receba tal apelativo pois, na sua concepção, Nova York e Miami, Londres ou São Petersburg, além de tantos outros lugares do mundo, também estão qualificados para receber este mesmo apelativo. Com segurança, assevera ele, todas essas categorias se encontram nas cidades mencionadas.
Quanto ao grande movimento de transporte na Ponte da Amizade entre Brasil e Paraguai, Rabossi acredita que grande parte desse movimento pode ser creditado à quantidade de serviços de transporte que operam através da Ponte da Amizade, levando e trazendo pessoas e mercadorias.
Tanto movimento, para ele, torna-se passível de ser compreendido a partir das áreas comerciais próximas à Ponte da Amizade. Sendo diferente a posição que cada área ocupa na dinâmica de sua cidade, resultado, na sua visão, da história e da orientação que cada cidade tem no tocante a atividades e a espaços. Explica que em Foz do Iguaçu, a área próxima à ponte é periférica dentro da cidade, sendo que o centro, que concentra a maior quantidade de serviços está localizado a alguns quilômetros dali.
Ao contrário, a área de Ciudad Del Este próxima à ponte é o centro da cidade, onde estão concentrados os serviços privados (a maior quantidade de entidades bancárias e comércios) e, em seu limite, encontram-se os principais escritórios públicos.
Foz do Iguaçu foi fundada como colônia militar, em 1889, e seu centro administrativo e comercial cresceu ao redor do lugar de sua fundação. As terras próximas à Ponte da Amizade, Rabossi explica que não acompanhou o seu desenvolvimento urbano. No entanto, logo após a inauguração da ponte, essa área começou a urbanizar-se, o que vem corroborar com a tese de que o comércio com Ciudad Del Este tem muito a ver com seu desenvolvimento. O autor aponta que a maior área comercial da Zona Oeste de Foz do Iguaçu, de acordo com um cartaz da prefeitura municipal, é a que se situa próximo a Ponte da Amizade.
No final dos anos 50, antes mesmo de a ponte ser construída, segundo os relatos de Rabossi, alguns comerciantes que haviam levado a produção industrial brasileira ao oeste do Paraná se fixaram em Foz do Iguaçu com a intenção de aproveitar um mercado virgem de produtos brasileiros: o Paraguai. Estes eram, em sua maioria, imigrantes libaneses. Alguns, recém chegados, outros já haviam andado pelo interior de Paraná e de São Paulo.
Muitas pessoas que chegam a Ciudad Del Este, diz o autor, pode ver o espaço que se visualiza depois de cruzar a ponte da Amizade como um caos intimidante: postos e mais postos de venda na rua, negócios e galerias, construções irregulares, pessoas, vendendo, comprando, fazendo câmbio, carregando, cuidando. No entanto, o que para muitos se configura como uma grande confusão, para outros, constitui um espaço inteligível, a partir de suas atividades, seus códigos, relações e formas de organização.
Assim como no lado brasileiro, a via que começa na Ponte da Amizade estrutura espacialmente a área próxima à ponte. A rodovia Internacional VII (RI-VII) que entra em território paraguaio a partir da ponte divide em dois o espaço do microcentro. As laterais da rodovia, que a acompanham em todo seu trajeto dentro de Ciudad del Este, são a Avenida San Blas e a Avenida Monseñor Rodríguez.
Rabossi afirma que tanto os paraguaios quanto os comerciantes estrangeiros que possuem negócios em Ciudad Del Este se referem aos compradores como turistas, da mesma forma agem os jornais paraguaios.
O termo turista, no entanto, não é empregado por ignorância ou ingenuidade, quem trabalha no microcentro de Ciudad Del Este tem plena consciência da diferença entre quem compra para revender e aqueles que compram para consumo.
A categoria turista-turista somente tem sentido em contraste com a figura do turista-comprista. A redundância da categoria, assim como a definição que sempre foi dada – “verdadeiros turistas” –, pareceria coincidir com a observação de que usar essa palavra para referir-se a quem vai realizar compras para revendê-las não se adéqua a seu verdadeiro significado. No entanto, a persistência de seu uso adquire sentido tanto no desenvolvimento histórico de Ciudad Del Este quanto em suas definições (RABOSSI, 2004, p.54).
A expansão do comércio de Ciudad Del Este, vai além da ampliação de oferta de produtos. Possibilitou o desenvolvimento de uma infra-estrutura de modo a viabilizar a realização das compras e vendas. Assim, diversamente das expectativas unilineares de desenvolvimento, o comércio de Ciudad Del Este apresenta a coexistência de modos de organização que multiplicam-se e sobrepõem.
Após a inauguração da ponte da Amizade, segundo o autor, outro tipo de comércio começou a se desenvolver (a venda e compra de dinheiro), os primeiros cambistas, surgiram a partir de 1966, e em 1975, foi instalada a primeira casa de câmbio em Presidente Stroessner. Em 1998 já existiam associações de cambistas, que se uniram para formar a Confederación de Trabajadores Cambistas. Muitos cambistas já possuem clientes regulares.
Ao desenvolvimento do comércio de Ciudad Del segui-se o desenvolvimento de diversos tipos de transporte, movendo pessoas e mercadorias. Os taxis, de acordo com Rabossi, foram os primeiros a trabalhar com o fluxo de turistas. Ele esclarece, entretanto, que o desenvolvimento do transporte processou-se de forma distinta em Foz do Iguaçu e no Paraguai. Naquele ainda predomina o transporte através de ônibus.
As ruas de Ciudad Del Este, na óptica de Rabossi, além de ser naturalmente o lugar de circulação de pessoas, configuram-se também como um espaço onde se desenvolve diversos tipos de comércio. Os vendedores que trabalham na via pública estão divididos em dois grupos: os ambulantes, isto é, que percorrem as ruas com os produtos, e os que trabalham fixos num lugar específico (conhecidos como mesiteiros).
Rabossi aponta vários fatores que interferem no espaço que ocupa cada um dos mesiteiros causando problemas que outros que se encontram a poucos metros de distancia desconhecem. Vender na rua impõe a produção diária do espaço para as vendas.
Legalmente, a prefeitura de Cidaud Del Este é quem detém o controle sobre o espaço da rua, porém na prática, desde que foi aceito o trabalho dos mesiteiros e formadas as associações, esse controle passou a ser compartilhado entre a Prefeitura e as associações, afirma Rabossi.
No ultimo capítulo de sua tese Rabossi salienta que o objetivo de seu trabalho não foi o de fazer um levantamento sistemático sobre os lugares promovidos para sacoleiros, ou de mapear os centros nacionais regionais e locais de comércio, ele afirma que o que lhe interessa é ressaltar a relação existente entre o comércio e o movimento que a categoria sacoleiro permite mostrar.
A dinâmica que se instaura pela compra de mercadorias do outro lado da fronteira, segundo a óptica de Rabossi, torna-se inteligível a partir de dois registros espaciais: sendo um localizado na fronteira e vinculado à multiplicação de formas e esquemas de passagem e o outro registro no qual a fronteira se restringe a um dos vértices de diversos circuitos que atravessam territórios mais extensos.


Análise das observações em campo

As colocações de Rabossi a respeito de Ciudad del Este configuram-se em um instrumental teórico bastante profícuo para o entendimento da referida localidade, entretanto o campo é imprescindível na medida em que nos proporciona uma interpretação singular daquilo que observamos, ou seja, ainda que Rabossi contribua para a compreensão das espacialidades de Ciudad del Este, nossas considerações prescindem da observação empírica. Nesse sentido, expomos a partir de agora nossas considerações a respeito do que observamos em Ciudad del Este.



Imagem 8 – a imagem representa a entrada da cidade, área de intensa movimentação.

A rede de drenagem fluvial urbana apresenta-se voltada para a margem oeste do Rio Paraná. Desta maneira uma grande quantidade de lixo encontrada nas ruas “sedimenta” para as margens do rio através de chuvas, vento ou gravidade. Ou quando não desta maneira os rejeitos dos estabelecimentos comerciais são levados para as áreas mais baixas pelos próprios lojistas, como no caso de um aterro próximo ao Internacional Shopping, que mais parece uma mistura de estacionamento com usina de compostagem.


Imagem 9 – representa a movimentação da cidade


Não apresentando um planejamento para a coleta nem para a captação de material descartado, encontra-se uma grande quantidade de lixo nas ruas, por toda extensão do quadrante. As poucas lixeiras encontradas, não raras vezes se tratavam de adaptações, feitas pelos comerciantes instalados em barracas na rua, de caixas ou cestos em péssimo estado. Porém, de qualquer forma tal iniciativa implica manter os arredores de sua área de comércio trafegável e com possibilidade que os clientes se aproximem dos produtos oferecidos.




Imagem 10 - Umas das lojas presentes em ciudad del leste

Quanto ao fornecimento de água, os proprietários de estabelecimentos regulares afirmaram que uma das alternativas para o abastecimento da região é obtido por meio de poços artesianos, embora a provisão da água também seja feita pela companhia estatal responsável, como pode ser percebido ao localizarmos alguns hidrômetros em funcionamento. Um aspecto bastante negativo da baixa infra-estrutura e ainda relacionado ao fato da obtenção da água por meio de poços, reside na soma de uma relevante parcela dos estabelecimento não estarem ligados a rede coletora de esgoto, o que implicaria a contaminação do solo e do aquifero freático, atingindo assim a saúde da população. Assim destacamos a carência de mais duas infra-estruturas básicas, a da provisão da água potável e da rede coletora de esgoto.
Muito embora a população elabore seus próprios arranjos para suprir a carência de tais aparatos técnicos, as conseqüências podem ser por demais onerosas para o contingente da cidade.





















Imagem 11 - transito caótico da cidade.

Do mesmo modo que as vias de circulação não comportam a grande demanda de veículos, e as calçadas, por estarem ocupadas pelo comércio de ambulantes, também não suporta a circulação dos transeuntes, também as sarjetas seguem essa mesma tendência para a drenagem urbana, não suportando a grande quantidade depositada.
Estreitas e irregulares, algumas vezes ainda, inexistentes, o meio fio apresenta-se, por falta mesmo de uma rede coletora ou de fossas e galerias de esgoto, sobreutilizado. Mais uma vez cabe salientar que o destino de grande parte destes rejeitos depositados nas vias públicas é o rio.
Ao observar tamanho caos, e olhar para os céus para fugir alguns segundos desta paisagem, nota-se a dimensão da irregularidade sobre a produção do espaço em Ciudad Del Este. Os prédios, como obras de Dali, parecem preparados para desmanchar. Longe de pensar que não exista um padrão para a construção de tais edifícios, o que se evidencia é a ausência de um padrão de fiscalização sobre a ampliação das construções ou de seus usos. Uma considerável parcela dos edifícios são atualmente utilizadas como galpões de produtos importados, porém com mão-de-obra empregada nestes estabelecimentos, combina-se, para ampla utilização do espaço, a divisão da área com divisórias de madeira, e para a iluminação e refrigeração destes ambientes, extensos “gatos” elétricos.
Ainda na cidade pode se recorrer a algumas áreas com cobertura vegetal, em geral arvores nativas, com raízes mais profundas que não implicam na desestruturação das calçadas. Localizadas em praças e em canteiros centrais principalmente, o maior entrave para a manutenção de algumas destas espécies está ligado ao aspecto de suas estaturas. Árvores muito altas que crescem por entre postes de luz, comprometendo a estrutura de distribuição de energia.
No entanto uma vegetação que no quadrante analisado parecia também ser bastante exuberante foi a da vegetação de gramíneas nas sarjetas e fissuras pelo asfalto. Ao lado das saídas de esgoto de estabelecimentos comerciais se emparreiravam diferentes espécies, competindo pelos insumos lançados pelo esgoto. O constante crescimento destas espécies acaba por implicar no surgimento de rachaduras tanto no asfalto como mesmo em concreto de má qualidade, por conta da penetração das pequenas e frágeis raízes.

Ecomuseu

Como parte das atividades do curso da disciplina de Biogeografia , os alunos do 4º ano visitaram ao Ecomuseu e ao Parque Nacional Iguazú ao qual tinham como incumbência responder o seguinte questionário:

1. O que significa a palavra tupi-guarani IGUAÇU:
A palavra significa “água grande”

2. O que significa a palavra tupi-guarani ITAIPU:
A palavra significa “a pedra que canta”

3. Em qual rio foi construída a Hidrelétrica de Itaipu:
Ela foi construída no Rio Paraná

4. O lago de Itaipu é de que tamanho?
É de aproximadamente 1.350 Km².

5. Qual o tamanho em Km² do município de Londrina?
É de aproximadamente 1.651 km².

6. Mencionar 3 espécies da flora do Parque Nacional de Iguaçu:
Canjarana; Pau-marfim; Louro Pardo.

7. Mencionar 3 espécies da fauna do Parque Nacional de Iguaçu:
Onça-pintada; Araçai Castanha (Tucano); Gralha Azul.

8. Qual a vazão média das Cataratas do Iguaçu?
É de aproximandamente 1.500 m³/s.

9. Como é denominada a Floresta onde se encontra o Parque Nacional de Iguaçu?
Floresta Subtropical Estacional Considua.

10. Observe uma transecção linear da Floresta do Parque de Iguaçu e faça uma foto explicativa ou um croqui.




Imagem 12: Transcecção Linear da Floresta Do Parque de Iguaçu


Parque Nacional Do Iguazú

Criado em 1934, o Parque Nacional Iguazú está situado ao norte da Província de misiones, que faz fronteira com o Brasil. O parque, que abrange uma área total 67000 ha, desde 1984, ostenta o titulo de patrimônio natural da humanidade. Tanto o relevo quanto o padrão de drenagem estão sujeitos a uma meseta basáltica que alcança 700 metros. O clima da reserva é mesotérmico brando super-úmido, com temperatura média de 18 a 22º centígrados, mínima de 0°c e máxima em torno de 40°c.
A região oeste do Paraná, onde esta situado o Parque, e recoberta pela mata estacional semidecídua. Estacional, porque apresenta as estações do ano bem definidas, com verões chuvosos (entre 1.500 e 1.750mm) e invernos secos. Semidecídua, porque algumas árvores perdem as folhas no inverno para compensar a falta de água. Na parte norte do Parque Nacional, em regiões acima de 600m, existem a matas de pinheiros nativos (Araucaria angustifolia).
A Flora do Parque Nacional do Iguazu tem uma diversidade riquissima. São milhares de espécies que se condensam na Flora Pluvial Subtropical. Na flora do parque predomina basicamente dois grupos: floresta estacional semidecídua e mata de araucária, que formam a cobertura contínua de vegetação, lembrando um gigantesco manto verde de valor incalculável, como banco genético para futuros reflorestamentos.

Questionário aplicado para respostas:

1. Qual o nome da província biogeográfica em que se localiza o Parque Nacional Iguazu?
Província Paranaense.

2. Qual o maior mamífero encontrado no Parque Nacional Iguazú? E sua área de ocorrência?
A Anta que pode ocorrer amplamente distribuída pela América do Sul.

3. O que significa as formas dendríticas na vegetação do Parque Nacional Iguazu que podemos observar nas imagens de satélites do Google?
São os vales alagados (vide imagem 12) que há no parque, devido à sua formação dendrítica.





























Imagem 13: Vale alagado encontrado no parque (foto: Gustavo Nascimento)

4. Comentar sobre algum aspecto que você achou interessante observando o Museu do Parque Nacional Iguazú:
A estrutura encontrada assim com as informações históricas do local e a cultura ali existente. Além também de oferecer uma visão diferente e uma proximidade maior dos visitantes com as quedas d’água do que do lado brasileiro.







Imagem 14: Mapa Fitogeográfico do Paraná


Conclusão

Podemos concluir que a região da Tríplice Fronteira enfrenta condições sociais, econômicas e naturais contraditórias, cada local apresenta uma infra-estrutura e desenvolvimento diferenciados, que atende as demandas do capitalismo, levando a desigualdades sociais, que ficam evidenciadas nas ruas das cidades dos três países, principalmente em Foz do Iguaçu e Ciudad del Este, onde a miséria da população caminha ao lado das ações capitalistas, do desenvolvimento do comércio e turismo regional. Percebemos que o desenvolvimento do comércio local não é revertido para melhorar as condições de vida da população.
Em relação ao turismo local, que é baseado nas riquezas naturais da região, percebemos que ele é capitalista, onde o importante não é somente a preservação do meio ambiente mais também o de utilizar as belezas paisagísticas para a geração de capital. Nota-se também, que os locais mais conservados e com investimento em infra-estrutura são aqueles em que há o desenvolvimento do turismo, já os outros, sofrem com a degradação ambiental e com a falta de investimento.
Em suma, através do trabalho de campo e dos estudos realizados em sala de aula podemos observar que a região não é o paraíso das compras e do turismo mas também que a mesma, enfrenta graves problemas socioeconômicos.



Referências

RABOSSI, F. Nas ruas de Ciudad Del Este: vidas e vendas num mercado de fronteira. 2004. Tese (Doutorado em Antropologia) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.

PN Iguazú. Disponível em:
http://www.parquesnacionales.gov
Acesso em: 05/12/2009.

Usina de Itaipu. Disponível em:
http://www2.itaipu.gov.br/meioa/ecomuseu.pdf
Acesso em: 05/12/2009

Grupo 8 – Juliana Alves Sant’Ana/ Michele Daiani Liberatti/ Roseli Soares Aguiar/ Simone Conti

Grupo 8 – Juliana Alves Sant’Ana/ Michele Daiani Liberatti/ Roseli Soares Aguiar/ Simone Conti

1 – Introdução
O trabalho de campo fora realizado nos dias 24 e 25 de outubro de 2009, nas disciplinas Geografia do Brasil e Biogeografia, nas cidades Foz do Iguaçu, Ciudad del Este e Puerto Iguazu. O roteiro foi na manha do sábado (24) visita ao centro comercial da cidade de Ciudad del Este, onde observamos as condições urbanas da cidade, a zona comercial e a grande movimentação de sacoleiros. Na tarde fizemos uma análise da infra-estrutura da cidade de Foz do Iguaçu, no outro dia domingo visitamos o Eco Museu da Usina de Itaipu, onde tivemos a oportunidade de conhecer a historia da usina desde sua construção. Na tarde atravessamos a fronteira em direção a Argentina, na cidade de Puerto Iguazú para a visita do Parque Nacional de Iguazú.

2 - Análise da Tríplice Fronteira
A tríplice fronteira comporta três paises e suas respectivas municípios: Brasil, Foz do Iguaçu; Paraguai, Ciudad del Este e Argentina ,Puerto Iguazu.
A tríplice fronteira configura a real articulação entre os lugares, cada qual pertence a países distintos, porém a articulação existente entre eles configura verdadeiras redes de trocas e fluxos, de pessoas, mercadorias, bens e capitais. Nesta região fronteiriça se dão diversas relações que tem grande importância para o desenvolvimento das cidades e paises que compõe a tríplice fronteira (Paraguai, Argentina e Brasil). Relações socioeconômicas como produção, troca, distribuição, circulação e consumo de mercadorias denotam a economia determinante deste local, cada qual com sua função quanto a sua relação e função no mercado globalizado.
A região da tríplice fronteira por si só já esta conectada fisicamente, ou seja, em termos de localização territorial estas cidades estão conectadas, porem esta conexão tornou-se também material, ou seja, estabelecida pelo homem socialmente, quando estas cidades tornaram especializadas na produção ou oferta de determinados componentes para o consumo humano.
Como se observa na região da tríplice fronteira ocorre fluxo de pessoas intenso assim como o deslocamento diário de pessoas (ida e Volta) da população trabalhadora oriundas dos três paises, este tipo é a chamada de migração pendular, onde o trabalhador se desloca de uma cidade a outra para trabalhar, podemos verificar este fluxo quando se observa a grande quantidade de ônibus ofertados que circulam nas três cidades, a todas as horas do dia e noite. Estes ônibus Também são ofertados para atender a demanda de turistas que circulam na região devido aos atrativos turísticos.
De igual forma estas cidades são obrigadas a ofertar uma infra-estrutura adequada para comportar, melhorar a acessibilidade e também para atrair investimentos por meio de redes de fluxos, ou seja, o setor viario como rodovias, ferrovias e aeroportos, pois tem que dar suporte a uma importante rota de turismo nacional e internacional, para dar suporte a circulação de mercadorias, nesta esteira faz-se importante ressaltar a presença no município de Foz do Iguaçu um aeroporto internacional de grande porte, que faz com que se amplie a conexão viabilizando assim o crescente fluxo turístico.
Cumpre examinarmos neste passo que a região que incorpora a tríplice fronteira é uma região concentrada, pois existe entre as cidades uma integração econômica por meio de eixos de fluxos, para exemplificar podemos citar a rede de transporte coletivo, circulação e deslocamentos de pessoas entre as cidades que ocorre a todo o momento, esta região concentra um grande e expressivo número de pessoas que circulam ou migram de uma cidade a outra.
Cada uma das três cidades que compõe o anel que forma a tríplice fronteira tem suas características próprias e diversificadas, como posteriormente iremos fazer uma breve descrição destas características, mas, contudo vale ratificar que os territórios que as compõe possuem grande fluidez, que consiste na circulação de pessoas, mercadorias, capitais nacionais e estrangeiros, mas cabe-nos fazer uma análise de como este território comporta esta grande fluidez: Será que oferece qualidade de vida para seus moradores? Será que a infra-estrutura destas cidades abarca toda a população? A distribuição de renda é compatível ao número de turistas que embarcam e desembarcam nestas cidades? Será que a desigualdade é mais perceptível nestas localidades?
No esforço de responder as indagações acima faremos um breve resumo da situação social em que a tríplice fronteira se encontra.
As bases econômicas destes municípios são: o turismo, a agricultura, setor de serviços, na maioria ligada ao setor hoteleiro.
No município de Foz do Iguaçu se localiza o Parque Nacional do Iguaçu, as Cataratas do Iguaçu e o reservatório da Usina de Itaipu, que sem duvida movimentam o base econômica do município, sem falar da fonte de receita constituída pelo royalties, provenientes da geração de energia de Itaipu.
Já no município d Puerto Iguazú, esta localizada o lado Argentino das Cataratas do Iguaçu que constitui um forte atrativo turístico e que promove a geração de emprego e renda para o mesmo.
Ciudad del Este, é uma exceção no seu pais que predominantemente tem sua base econômica nas agroindústrias e propriedades agrícolas. É exceção, pois é uma das maiores zonas francas de comercio do mundo, área livre de comércio de importação e exportação, isenta de impostos, esta atrai diariamente milhares de compradores, vindos principalmente do Brasil.
Apesar da oferta de trabalhos nos três municípios algumas famílias vivem a margem, não conseguem se inserir em nenhuma das modalidades econômicas que destacamos acima, assim sendo situações como exploração sexual, violência, trabalho infantil, são comuns na tríplice fronteira.
No tocante do trabalho infantil crianças e adolescentes são cooptadas para todo tipo de trabalho se expõe a trabalhos perigosos, mantendo contato com produtos perigosos, trabalhos informais, como o que acontece na Ponte da Amizade, atravessando por vezes produtos ilícitos, eles são atrativos para os exploradores, pois sua mão-de-obra é barata, em vários municípios argentinos é comum ver crianças trabalhando nas zonas rurais. O trabalho infantil é uma das principais causas da evasão escolar, também é um fator que acarreta atrás na aprendizagem e aumenta índices de repetência.
Não só o trabalho infantil é atrativo dos exploradores de mão de obra barata, mas também famílias se deslocam para regiões agrícolas dos paises, e para pólos industriais. Por exemplo, o Paraguai, que apresenta um alto índice de desemprego, afetando os jovens do país, esta situação obriga-os a buscarem emprego em outros paises ou migrarem para outras regiões do mesmo, a maior parte dos paraguaios que migram tem como destino a Argentina, se concentrando principalmente na região de fronteira.
Quanto a situação de migração do Brasil segundo o Ministério das Relações Exteriores cerca de 400 mil brasileiros vivem no Paraguai, isto se intensificou com a construção da Usina de Itaipu, devido a oferta de terras agricultáveis baratas na ocasião.
O município de Foz do Iguaçu é tido como o um dos mais violentos do Brasil, isto tendo em vista os altos índices de mortes por assassinato e também por ser uma grande rota do narcotráfico.
No Paraguai o que mais se denota na região da Ponte da Amizade é a exploração do trabalho infantil, e apontam como causa desta situação a pobreza das famílias, o envolvimento das famílias com drogas, álcool, baixa escolaridade.
De igual forma a exploração sexual em regiões de fronteiras são agravadas, tanto maiores e menores são cooptadas a aderir a este tipo de pratica. Muitos aderem a este tipo de vida por não terem opção de renda e outras por que querem um meio de vida mais fácil, porém muitas são violentadas sexualmente, sendo obrigadas por exploradores a um regime de trabalho forçado e ate escravizado. Por vezes recrutadores vão ate as localidades com ofertas de trabalho, porem são redes internacionais de exploração sexual. Em Ciudad del Este, Foz do Iguaçu e Puerto Iguazú foi constatado a existência deste tipo exploração comercial incluindo também crianças e adolescentes, e estão ligados ao crime organizado. A proximidade da fronteira torna pior o controle e punição visto a circulação constante de pessoas, aumentado a possibilidade de fuga e impunidade tanto de exploradores e possíveis clientes. Os lugares de exploração são as ruas, prostíbulos, casas noturnas, hotéis, terminais de caminhões e ônibus.
Outro ponto a ser destacado é o trafico de seres humanos que ocorre na região da tríplice fronteira, principalmente no Paraguai, existem redes de trafico que levam crianças para serem exploradas sexualmente em Buenos Aires, outras redes dirigem estes adolescente para Europa, América do Norte, e Oriente Médio.
Devemos apontar também que de Foz do Iguaçu para Ciudad del Este é comum encontrar brasileiros adolescentes migrantes em prostíbulos, então o fluxo do trafico de seres humanos e sexual também ocorre nesta direção. O trafico de seres humanos é um dos mais graves, pois adolescentes são exposto a vários perigos, pois são muito vulneráveis.
Como remate é importante frisar que as características socioeconômicas dos municípios que acercam a tríplice fronteira são preocupantes e denotam níveis de renda e pobreza, muito grande, parcela da população é desocupada, trabalham em empregos informais, baixa escolaridade e evasão escolar. O aumento da violência por meio do crime organizado, tráfico de armas, drogas, pessoas, violência contra criança e adolescentes, que crescem sem perspectiva de futuro. Algumas medidas vêm sendo tomadas para conter a complexa situação de violência da tríplice fronteira, por meio da Organização Internacional do Trabalho (OIT), com a implementação de programas de combate a exploração sexual e comercial de crianças e adolescentes, sua efetiva ação é a longo prazo mas é um primeiro passo rumo a uma eficaz medida para promover a dignidade das famílias das crianças e adolescentes que vivem na tríplice fronteira.
Explicitamos acima a situação social e econômica que assola a tríplice fronteira, mas temos que dar atenção à estrutura dos locais, visto que estes recebem um expressivo numero de pessoas e fluxos de circulação de mercadorias.
Podemos destacar as margens do rio Iguaçu que é bem diferente a situação entre o lado brasileiro e argentino, deste lado o que se vê é uma mata nativa preservada e construção de empreendimentos imobiliários milionários para acomodar turistas, já no Brasil na orla do rio Paraná a situação é bem diferente nas margens do rio o que se vê é mato, lixo e barracos, dominado por moradias irregulares, o local também é ponto de contrabando de mercadorias e drogas. Esta situação preocupa o setor turístico de Foz do Iguaçu, pois vem a migração de turistas para Puerto Iguazú.
Quanto a infra-estrutura de Ciudad del Este pontos como a Ponte da Amizade, Zona Comercial, pode-se observar ma conservação de vários pontos, falta de asfalto, saneamento, quanto as lojas o aparente caos, deve-se ao comercio de produtos ilícito feitos a luz do dia por pessoas trabalhando informalmente que propositalmente criam um ambiente de caos para que assim comercializem produtos ilícito sem que chamem a atenção. Ocupação irregular é o que se vê ao longo da cidade.
Já Puerto Iguazú como explicitaremos mais a frente são precárias as condições de saneamento, infra-estrutura, alguns pontos não possuem asfalto.
Para que possamos analisar o espaço social da tríplice fronteira, a melhor forma é considerar uma afirmativa de Santos (1988) que diz que devemos usar os conceitos de forma (paisagem), de estrutura (relação), função (organização espacial), processo (transformações através do tempo), utilizando uma escala geográfica, para que possamos compreender o movimento da sociedade e do espaço que vive em constante processo de transformação.

3 - Ciudade del Este – Paraguay
Ciudad del Este ganhou esse nome após a queda do regime ditatorial do general Strossner, quando se chamava Puerto Presidente Strossner. Cidade do Leste é a capital do departamento paraguaio de Alto Paraná. Situada no extremo leste do Paraguai, a cidade foi fundada em 3 de fevereiro de 1957, originalmente com o nome de Puerto Flor de Lís, depois, renomeada Puerto Presidente Stroessner. Ciudad del Este é a capital do departamento paraguaio de Alto Paraná. Fica a 380 km da capital Assunción.
A cidade faz parte de um triângulo internacional conhecido na região como Tríplice Fronteira, que envolve também a cidade de Foz do Iguaçu, no estado brasileiro do Paraná, e a cidade de Puerto Iguazú, na província Argentina de Missiones. As três cidades são separadas uma das outras pelo Rio Paraná e pelo Rio Iguaçu. As pontes que unem os países são a Ponte da Amizade, Ciudad del Este – Foz do Iguaçu e, a ponte Tancredo Neves, Foz do Iguaçu – Puerto Iguazú, originalmente chamada Ponte da Fraternidade.
Ciudad del Este é a terceira cidade mais populosa do Paraguai ficando atrás de Assunción e Fernando de la Mora. É a terceira maior zona de comércio livre de impostos do mundo, estando atrás de Miami e de Hong Kong. Além disso, a cidade é a sede paraguaia da Usina Hidrelétrica Itaipu Binacional, a sede brasileira da empresa fica em Foz do Iguaçu. Ciudad del Este gera cerca de 60% do PIB do Paraguai .A renda com a venda de eletricidade produzida pela usina gera mais de trezentos milhões de dólares anuais para a cidade paraguaia, 95% da energia gerada pela represa de Itaipu, com participação paraguaia, é vendida ao Brasil.
O Paraguai recebe 280.454 visitantes por ano. O turismo é fraco , exceto quanto ao grande número de brasileiros e argentinos que cruzam a fronteira todos os dias para comprar, em Ciudad del Este, produtos eletrônicos originários do Extremo Oriente. Seu centro comercial localizado próximo da saída da Ponte da Amizade está repleto de estabelecimentos comerciais, tais como as galerias, os shoppings e os vendedores de rua.
Quanto ao rápido crescimento de Ciudad Del Este, Rabossi acredita que o mesmo pode ser explicado, sem desconsiderar outros fatores, pelo grande dinamismo que seu movimento comercial adquiriu, tornando-se num curtíssimo espaço de tempo um dos centros comerciais regionais mais importantes da America Latina.

3.1 - Relato do Campo




Ilustração 1: Aduana: Fronteira Brasil – Paraguay.Intenso fluxo de pedestres, veículos e motos.

Logo ao nos aproximarmos da Aduana, nos deparamos com um fluxo intenso de pessoas, veículos e motos em todas as direções. Só foi solicitada a apresentação da Carteira de Identidade e mais nada. A Ponte da Amizade apresenta péssima conservação: com buracos no chão e nas grades de proteção. O local de passagem é estreito, o que dificulta a trânsito de pessoas. A todo o momento as vans param ao nosso lado oferecendo os seus serviços. Percebemos a presença de algumas casas localizadas às margens, nas barrancas do Rio Paraná. Ao que tudo indica, parecem se tratar de ocupações irregulares.




Ilustração 2: Construções irregulares às margens do Rio Paraná.



Quando atravessamos a Ponte da Amizade, nosso trabalhou passou a ser direcionado para o Microcentro da Ciudad del Este, definido por Rabossi (2004) como “ [...] uma área compacta que ocupa umas 10 quadras de cumprimento por umas seis quadras de largura”, onde pode-se encontrar gente de todos os lugares (do Brasil, Argentina e até mesmo do Paraguai)”, fazendo compras dos mais variados os valores e quantidades adquiridas, isso, devido ao fato compensatório dos valores das mercadorias oferecidas pelos comerciantes lá instalados. Vale destacar que por ocasião de uma considerável baixa do dólar americano (no câmbio daquela cidade estava cotado a R$ 1,80, no dia da realização do trabalho de campo) o movimento de compradores era intenso, considerando-se a grande quantidade de pessoas circulando pelas ruas da Ciudad Del Este.



Ilustração 3:Travessia da Ponte da Amizade – Precárias condições de conservação: buracos no chão e nas grades de proteção, passarela estreita não comporta o grande número de pessoas que atravessam todos os dias.

A área de Ciudad Del Este próxima à ponte é o centro da cidade, onde estão concentrados os serviços privados (a maior quantidade de entidades bancárias e comércios) e, em seu limite, encontram-se os principais escritórios públicos.
Ao desenvolvimento do comércio de Ciudad Del Este segue-se o desenvolvimento de diversos tipos de transporte, movendo pessoas e mercadorias. Os taxis, de acordo com Rabossi, foram os primeiros a trabalhar com o fluxo de turistas. Ele esclarece, entretanto, que o desenvolvimento do transporte processou-se de forma distinta em Foz do Iguaçu e no Paraguai. Naquele ainda predomina o transporte com ônibus.
No que se refere à questão de edificações, o microcentro apresenta prédios de diversos tamanhos (lojas individuais e shopping centers) sem uma estrutura uniforme e também o mais comum, pessoas com pequenas barracas instaladas nas calçadas, chamadas de casillas que em muitos casos acabam até encobrindo a visão do turista/comprador em relação às lojas tradicionais, o que parece não ser um grande fator impeditivo para os donos de lojas, visto que para muitos dos vendedores é melhor trabalhar sob essa concorrência ali em Ciudad del Este do que num comércio sem muitos consumidores.
Há também os mesiteiros (termo oriundo da palavra mesita, diminutivo de mesa em espanhol) que nada mais são do que os ambulantes que trabalham no comércio apenas com um tripé no qual expõem suas mercadorias (geralmente brinquedos, óculos, relógios, objetos de pequeno porte). São comerciantes que a cada dia têm a necessidade de montar e desmontar tal estrutura a fim de desenvolver as suas atividades.


Ilustração 4: Comércio de produtos em meio às ruas e calçadas. Produtos diversos dos mais variados preços.

Na realidade, conforme oficialmente regem as leis daquele município, os mesiteiros deveriam ser vendedores regularizados, pagando determinada taxa mensal para a ocupação do espaço público na cidade. No entanto, o que ocorre é um não cumprimento da referida lei pela maior parte dos mesiteiros pelo fato de que pagando tal taxa, não lhes são dadas condições satisfatórias para trabalhar. Ou seja, na prática ocorre por síntese que “[...] para ocupar um lugar na rua, o indivíduo deve estar filiado à associação que toma conta de um lugar ou que pode conseguir a habilitação para fazê-lo.” (RABOSSI, 2004, p.162).
Trata-se de um espaço de compras e vendas que indubitavelmente figura entre os principais mercados livres de impostos do mundo. A parte da cidade é tão importante que Rabossi (2004) aponta para a existência de um Departamento Especial do Microcentro para gerenciar a localidade.
Outra questão que merece destaque em nossa análise é a da venda de drogas ilícitas e armas de fogo pelas ruas da Ciudad Del Este. Pessoas nos ofereceram “comprimidos” e armas a todo o instante enquanto caminhávamos para a realização de nosso trabalho, tudo de forma muito natural, como se estivessem vendendo qualquer outra mercadoria legal.

3.2 - Economia
De acordo com Santos (2004, p.21 e seguintes), a complexidade existente nos aglomerados urbanos, devida ao surgimento de novos públicos e ao desenvolvimento da tecnologia necessária a produção e distribuição, induz ao estudo das cidades a partir da sua divisão em dois circuitos econômicos: o circuito superior e o circuito inferior. Segundo este autor, ambos os circuitos co-existem, de modo que o inferior é subordinado ao superior.
O circuito superior originou-se diretamente da modernização tecnológica e seus elementos mais representativos hoje são os monopólios. O essencial de suas relações ocorre fora da cidade e da região que as abrigam e tem por cenário o país ou o exterior. O circuito inferior, formado de atividades de pequena dimensão e interessando principalmente às populações pobres, é ao contrário, bem enraizado e mantém relações privilegiadas com sua região. (SANTOS, 2004, p.22)
Durante o trabalho de campo, nas ruas de Ciudad del Este, pudemos perceber a presença dos dois circuitos econômicos descritos por Santos, pois de acordo com sua caracterização pode-se apresentar “o circuito superior como constituído essencialmente por formas de fabricação não- ‘capital intensivo’, pelos serviços não-modernos fornecidos ‘a varejo’ e pelo comércio não-moderno e de pequena dimensão” (Ibid. p.40).
Também pudemos apontar como representante do circuito superior o shopping Monalisa, que atende certo tipo de clientela por oferecer produtos específicos (perfumaria e produtos de beleza, em geral). As lojas eram mais sofisticadas com a venda de produtos originais de marcas conhecidas e caras. Este tipo de centro comercial é, segundo Santos, um componente do que ele chama de comércio moderno, o qual [...] realiza-se através de uma gama de estabelecimentos que vão das grandes lojas, supermercados e mesmo hipermercados, englobando um número considerável de produtos da moda e uma massa importante de consumidores, até as lojas de produtos da moda, que oferecem um pequeno número de artigos de luxo a uma clientela selecionada. A essas formas extremas, que são a modernização do bazar e a especialização sofisticada, é necessário acrescentar outro gênero de estabelecimentos especializados destinados à venda de um só ou de um número reduzido de produtos (Ibid. p.86)
Concordando com as reflexões deste autor, podemos ressaltar também os vários elementos do circuito inferior, avistados na Ciudad del Este. Um deles constitui-se dos muitos vendedores ambulantes existentes nas calçadas de quase todas as ruas, por nós percorridas. “Mesiteiros” ou não, eles expunham seus produtos em bancas improvisadas ou carregadas nas mãos mesmo.




Ilustração 5:Vendedores ambulante e mesiteiros pelas ruas de Ciudade del Este.

Quanto ao trabalho informal, prática muito explícita nesta área do Paraguai, Santos afirma que “o circuito inferior constitui também uma estrutura de abrigo para os citadinos, antigos ou novos, desprovidos de capital e de qualificação profissional. Esses encontram bem rápido uma ocupação, mesmo que seja insignificante ou aleatória” (Ibid. p.202). Tal fato pode ser observado, empiricamente ao nos depararmos com vários brasileiros trabalhando nas lojas do Paraguai e de paraguaios mesmo que são ambulantes por não possuírem qualificação profissional. Sobre os vendedores de rua, Santos diz que se trata de um tipo de “empregado” dos comerciantes para burlarem o pagamento dos impostos [...] (Ibid. p.218-219). Também é chocante presenciar o trabalho infantil de forma tão natural como a que tivemos contato. Várias crianças pequenas enfrentando duras jornadas de trabalho com a venda de “torrones e alfajors”, entre outros produtos, sem nenhuma fiscalização.
Enfim, muito do que nos aponta a teoria, neste caso a que diz respeito aos circuitos da economia de Milton Santos, pode ser constatado, em prática, nas ruas da Ciudad del Este.
Com relação à infra-estrutura sanitária, durante o percurso pelas ruas, podemos observar uma grande quantidade de lixo na mesma, sendo que estes eram das mais distintas finalidades, como por exemplo: cascas de frutas, restos de comida, sacos plásticos, embalagens de produtos, caixas de papelão, entre outros. Uma vez encontrado grande quantidade de lixo no chão, notamos a falta de lixeiras, as quais deveriam servir como receptoras dos “descartes” humanos. As poucas lixeiras encontradas, não raras vezes se tratavam de adaptações, feitas pelos comerciantes instalados em barracas na rua, de caixas ou cestos em péssimo estado. Porém, de qualquer forma tal iniciativa implica manter os arredores de sua área de comércio trafegável e com possibilidade que os clientes se aproximem dos produtos oferecidos.



Ilustração 6: Esgoto a céu aberto e lixo jogado nas ruas.

A rede de drenagem fluvial urbana apresenta-se voltada para a margem oeste do Rio Paraná. Desta maneira uma grande quantidade de lixo encontrada nas ruas “sedimenta” para as margens do rio através de chuvas, vento ou gravidade. Ou quando não desta maneira os rejeitos dos estabelecimentos comerciais são levados para as áreas mais baixas pelos próprios lojistas, como no caso de um aterro próximo ao Internacional Shopping, que mais parece uma mistura de estacionamento com usina de compostagem.
Um fator que deve ser salientado é quanto à distribuição de água, as a qual não observamos nenhum aspecto que pudesse comprovar sua verídica antecedência. Somente podemos comprovar, por meio de pequenos relatos dos comerciantes locais, que água utilizada para ingestão, é praticamente toda comprada em galões de água mineral, pois a advinda das tubulações não seria própria para consumo. Em relação à rede coletora de esgoto, esta por sua vez, também não pode ser comprovada, devido ao fato de não encontramos nenhuma tubulação específica da mesma. Em alguns locais, encontramos água empoçada e esgoto a céu aberto. Um aspecto bastante negativo da baixa infra-estrutura e ainda relacionado ao fato da obtenção da água por meio de poços artesianos também, reside na soma de uma relevante parcela dos estabelecimento não estarem ligados a rede coletora de esgoto, o que implicaria a contaminação do solo e do aquífero freático, atingindo assim a saúde da população.
Em referência as áreas verdes, pode-se dizer que havia uma pequena presença de vegetação. Já perante a impermeabilização do solo, constata-se incidir uma grande área impermeabilizada, com níveis de infiltração muito baixos, uma vez que o solo revestia-se de cimento.
Tratando-se da organização espacial da infra-estrutura viária, podemos relatar que a rua possui meio-fio, porém este estava todo coberto devido à ocupação dos vendedores, já sobre a largura da mesma, considera-se pequena devido o grande fluxo de pedestres e pessoas, as quais disputam o mesmo lugar para se locomoverem. As ruas não comportam o grande fluxo de pessoas e veículos que ali transitam e isso contribui para a dificuldade que encontramos ao atravessar as ruas.


Ilustração 7: Falta de sinalização e ruas empoçadas dificultado o trânsito.

Em relação ao alinhamento predial nota-se a presença de edifícios de médio a grande porte, estes por sua vez destacam-se pela desordem quanto à distribuição de outdoors. A distribuição de outdoors assim como nas demais ruas, era intenso, e utilizado para poder chamar a atenção dos consumidores que por lá passavam, uma vez que as barracas dos pequenos vendedores que estavam sobre as calçadas, impediam a simples visualização das entradas das lojas. Ciudad Del este é cercada de anúncios de lojas por toda a parte, ocasionando certa poluição visual, um excesso de informações.


Ilustração 8: Prédios de médio e grande porte sendo avistados durante a travessia da Ponte da Amizade.

Contudo, a cidade é desestruturada e sem muita organização e com um grande fluxo de pessoas em busca de produtos mais baratos e nem sempre de boa qualidade. Muitas pessoas que chegam a Ciudad Del Este, de acordo com rabossi, pode ver o espaço que se visualiza depois de cruzar a ponte da Amizade como um caos: postos e mais postos de venda na rua, negócios e galerias, construções irregulares, pessoas, vendendo, comprando, fazendo câmbio, carregando, cuidando. No entanto, o que para muitos se configura como uma grande confusão, para outros, constitui um espaço inteligível, a partir de suas atividades, seus códigos, relações e formas de organização.

4 - Foz do Iguaçu

O município de Foz do Iguaçu é situado no extremo-oeste do Paraná, numa região de tríplice fronteira com as cidades de Puerto Iguazu (Argentina) e Ciudad del Leste (Paraguai).
Com aproximadamente 325 mil habitantes (IBGE – 2009), número que duplica se forem consideradas as áreas urbanas de Ciudad del Este e Puerto Iguazú, tem como principal atividade econômica o turismo e como principais pontos de atrações as Cataratas do Iguaçu / Parque Nacional do Iguaçu e a Hidrelétrica Binacional de Itaipu.
Foz do Iguaçu é um importante centro na rede urbana paranaense, posicionando-se entre os principais centros nacionais. Configura mancha de ocupação contígua a Santa Terezinha do Itaipu e contínua com Ciudad del Este (Paraguai) e Puerto Iguazu (Argentina). Cumpre, dessa forma, o complexo papel de polarizar uma ocupação contínua de fronteira internacional, desempenhando funções que ora se complementam ora concorrem, num movimento de oportunidades regido pela política econômica e institucional de cada um dos países.

Dados geográficos
Área
617,701 km²

População
311.336 hab.

Densidade
504,0 hab./km²

Altitude
200 metros

Clima
Subtropical

IBGE/2007
Indicadores
IDH
0,802 - PNUD/2007

PIB
R$ 4.853.331 mil IBGE/2005

PIB per capita
R$ 16.102,00 IBGE/2005


Passando por diversos ciclos econômicos (extração de madeira e cultivo de erva-mate, construção da hidrelétrica de Itaipu, exportação e turismo de compras) o município percorreu uma trajetória normal de desenvolvimento até meados da década de 70 do século passado. A partir de então teve um crescimento abrupto e desordenado, causado pela construção da hidrelétrica de Itaipu, a maior hidrelétrica em fornecimento de energia em funcionamento do mundo. Este ciclo é assim descrito pelo Departamento de Informações Institucionais da Prefeitura de Foz do Iguaçu:

“A construção da hidroelétrica de Itaipu (Brasil - Paraguai), iniciada na década de 70, causou fortes impactos demográficos e econômicos em toda a região. De imediato aumentou consideravelmente o contingente populacional da cidade. Em 1960, o município contava com 28.080 habitantes e 33.970 em 1970. Na década de 70 houve uma explosão demográfica que promoveu um aumento populacional na ordem 401,3% em relação à população existente. Tal fato foi constatado quando o IBGE promoveu o censo de 1980 e registrou uma população existente de 136.320 pessoas (aumento de 102.350 habitantes). Em 2008 o IBGE fez a previsão populacional para Foz do Iguaçu constatando 319.189 habitantes”. (Prefeitura Municipal de Foz do Iguaçu, 2009, p.06)

Dados da Radiografia Socioeconômica de Foz do Iguaçu, feita em 2009 pela Prefeitura Municipal, dão conta que existem 80.369 domicílios residenciais, a densidade demográfica é de 504 habitantes/km2 e as famílias são compostas de 3,4 pessoas em média.
Crianças e adolescentes somam 43,04% da população, se for considerado também o jovem (até 24 anos) esta porcentagem sobe para 52,79%.
A concentração de renda é demonstrada quando apenas 7,07% das famílias possuem renda superior a 20 salários mínimos, enquanto 25, 9% das famílias residentes em Foz do Iguaçu vivem com até dois salários mínimos.
O término da construção da hidrelétrica de Itaipu e o surgimento desses “novos iguaçuenses”, com baixa renda e pequena qualificação profissional, residentes nestas quatro macro regiões, fixou no município um contingente populacional de desempregados, subempregados, “laranjas” 4e sacoleiros, sobretudo jovens e até mesmo crianças, expondo-os a todo tipo de risco social.
As principais fontes de renda de Foz do Iguaçu são o turismo e a geração de energia elétrica. É Conhecida internacionalmente por suas atrações, que trazem visitantes do Brasil e do mundo. Na área de turismo a cidade possui pontos estratégicos de importância fundamentais e únicos em sua região. Possui um grande parque hoteleiro, infra-estrutura, que necessita ser melhor planejada, para obter maior rendimento e atrair visitantes de diversas localidades. É também um dos destinos brasileiros mais visitados por turistas estrangeiros, que vêm em busca de belezas naturais, como as Cataratas do Iguaçu e artificiais como a Hidrelétrica de Itaipu.

PONTOS TURÍSTICOS E CULTURAIS
- Cataratas do Iguaçu
- Parque Nacional do Iguaçu
- Ponte da fraternidade
- Parque das Aves
- Usina Hidrelétrica de Itaipu
- Ecomuseu de Itaipu
- Macuco Safari
- Museu professor Moises Bertoni

No entanto, tais atividades aparentam ser atualmente insuficientes para manter a dinâmica econômica regional, particularmente no que se refere à geração de emprego e renda, a cidade possui um alto nível de desigualdade, apresentando diversos problemas de pobreza e criminalidade.
O crescimento econômico, condição necessária para o desenvolvimento, não acontece de maneira uniforme por todo o território de um país ou de uma região. Para Perroux (1970, p.100): “...o crescimento não surge em toda a parte ao mesmo tempo; manifesta-se com intensidades variáveis, em pontos ou pólos de crescimento; propaga-se, segundo vias diferentes e com efeitos finais variáveis, no conjunto da economia”.

4.1 - Violência
No Brasil, de modo geral, com o advento da rápida urbanização, o rearranjo demográfico muitas vezes ocorreu de forma mais acentuada do que a realocação dos recursos básicos para garantir uma vida digna a amplas parcelas da população, favorecendo alguns grupos ou regiões em detrimento de outras. O município originou-se da confluência de rotas tradicionais, local de passagem e pouso de muitos viajantes, são as que possuem os mais expressivos indicadores de atividades econômicas, mas também as que ostentam indicadores sociais de grande desigualdade. Essa desigualdade inerente ao processo de crescimento das regiões deve ser combatida para gerar maiores e melhores benefícios para todos.
A análise do espaço urbano, para Gomes (2005), requer imediata consideração da questão da criminalidade, na medida em que o aumento desta se refletiu na configuração espacial, transformando consideravelmente a paisagem urbana. O cenário que vem se consolidando no Brasil e em Cascavel está marcado pela segregação: condomínios fechados, muros altos e cercas elétricas. Assim, a criminalidade torna-se um elemento-chave para a compreensão da crescente segmentação do espaço urbano e, logo, fragmentação das redes de relações sociais entre os citadinos.

Município Estado IHA (2006) Ordem Número de mortes esperadas por homicídio (entre 12 e 18 anos)
Foz do Iguaçu PR 9,7 1º 446
Governador Valadares MG 8,5 2º 327
Cariacica ES 7,3 3º 393
Olinda PE 6,5 4º 353
Linhares ES 6,2 5º 118
Serra ES 6,1 6º 375
Duque de Caxias RJ 6,1 7º 683
Jaboatão dos Guararapes PE 6,0 8º 578
Maceió AL 6,0 9º 826
Recife PE 6,0 10º 1.263
Ranking das 10 cidades com mais de 100 mil habitantes no IHA. Fonte: SEDH, UNICEF, OF, LAV/UERJ.


4.2 - Infra-estrutura

Relação de problemas a mais difícil é especificamente a infra-estrutura, o município repete o desenho clássico das cidades brasileiras: menor atendimento nas áreas de ocupação mais recente e de menor poder aquisitivo e provimento mais amplo nas áreas mais centrais e de melhor renda.
O intenso comércio da Cidade del Leste no Paraguai está diretamente ligada ao turismo em Foz do Iguaçu, mas isto acaba interferindo na forma de administrar os recursos direcionados a investimentos em infra-estrutura, há uma preocupação sobre a mudança da dinâmica econômica para a atividade dos sacoleiros, e que Foz do Iguaçu voltou-se para atendê-los, diminuindo a atenção ao turismo, sendo o que acontece o inverso em Porto Iguaçu, há um crescente numero de investimentos, iniciativa privada e políticas governamentais para atrair turistas.
A própria prefeitura destaca em seu plano diretor as precaridades necessárias do município:
•Falta de infra-estrutura adequada para grandes eventos;
•Falta de uma linha turística;
•Existência de vazios urbanos com infra-estrutura existentes;
•Descontinuidade e obstrução do sistema viário principal;
•Trânsito de veículos pesados na área central da cidade;
• Falta de infra-estrutura de lazer e recreação (parques e praças);
•Falta de lei do sistema viário em conjunto com o uso do solo (comercial,
serviços, turístico);
•Necessidade de melhoria do serviço integrado de transporte urbano;
•Recapes estão sendo feitos em cima do calçamento poliédrico sem sistema de drenagem;
•Falta de passeios padronizados e desobstrução dos mesmos;
•Inexistência ou falta de continuidade de calçadas nos passeios públicos;
•Congestionamento de tráfego na região da ponte da Amizade dificultando a integração entre os bairros e entre os dois países.
4.3 - Análise do uso e ocupação do solo e seus reflexos ambientais.
Grupo 8: Área Central: Bartolomeu de Gusmão, Jorge sanwars, Avenida Brasil, Avenida JK e rua Almirante Barroso.
Quanto ao uso do solo, se tem problemas de adaptação e novas realidades urbanas, problemas conceituais e de nomenclatura das zonas em uso e problemas de falta de aplicabilidade.



4.4 - Imagens do trabalho de Campo em Foz do Iguaçu






Ilustração 9: Centro cidade de Foz do Iguaçu – Avenida Brasil




Ilustração 10: Os prédios possuem alinhamento horizontal, próprio de áreas comerciais. Avenida Brasil com duas vias. Ruas largas e acessíveis, com intenso fluxo de veículos de pequeno porte e pessoas (consumidores).



Ilustração 11: Tem lixeiras espalhadas pelas ruas, na proporção de 2 por 100m. Mas alguns pontos há lixo no chão, a coleta segundo os comerciantes é feita todos os dias.




Ilustração 12: Presença de hidrômetros, indicando a distribuição de água tratada.

Ilustração 13: Calçadas com acesso a deficientes físicos se contrapondo com pontos em péssimas condições.
Quanto a arborização urbana é adequada para uma área central comercial com poucas arvores distribuídas nos canteiros e calçadas, nota-se a ausência de parques e praças nesta região.
5- Parque Nacional do Iguaçu
Parque Nacional do Iguaçu, no Estado do Paraná, é uma Unidade de Conservação brasileira. Está localizado na região Extremo Oeste Paranaense, a 17 km do centro da cidade de Foz do Iguaçu e a apenas 5 km do Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu. O Parque Nacional tem uma área total de 185.262,20 hectares, e nele se encontra um dos mais espetaculares conjuntos de cataratas da Terra, as Cataratas do Iguaçu.
Enganam-se quem pensa que o Parque Nacional do Iguaçu, Patrimônio Natural da Humanidade, limita-se às Cataratas. Na verdade, ele apenas termina nos saltos mais famosos do planeta. E bem antes das quedas d'água já protege o curso do rio Iguaçu, que nasce na Serra do Mar e cruza quase todo o Paraná ate chegar a sua foz. Os últimos 50 quilômetros do Iguaçu estão no parque.
Tombado pela UNESCO como Patrimônio Natural da Humanidade em 1986, o segundo parque nacional mais antigo do Brasil e o maior depois da Amazônia. Estende-se por uma área de 185 mil hectares do lado brasileiro e 67 mil hectares do lado argentino, embora seu valor ambiental e a beleza das paisagens vistas ali o façam um patrimônio sem fronteira.
Não e à toa que o parque e considerado uma das ultimas reservas florestais de Mata Atlântica do tipo estacional semidecidual do Brasil e a maior reserva de floresta pluvial subtropical do mundo.


Ilustração 14: Mapa Paraná.
No parque encontramos a área das Cataratas do Iguazu, um conjunto majestoso de cerca de 275 quedas de água no Rio Iguaçu (na Bacia hidrográfica do rio Paraná), localizam entre o Parque Nacional do Iguaçu, Paraná, no Brasil, e no Parque Nacional Iguazú, Misiones, na Argentina. A área total de ambos parques nacionais, correspondem a 250 mil hectares de floresta subtropical e declarada como Patrimônio Natural da Humanidade.


No Estado de Paraná, conforme estatísticas oficiais restam apenas 3,4% da floresta estacional semidecidual original. A área do Parque sozinha corresponde a mais da metade desse total, sendo, portanto, uma ilha florestada no meio de um oceano de extensos campos cultivados. Além disso, o parque assenta-se sobre o Aqüífero Guarani, uma das maiores reservas mundiais de água subterrânea.





5.1 - Diversidade Biológica
A diversidade biológica do parque inclui aproximadamente 257 espécies de borboletas, 18 de peixes, 12 de anfíbios, 41 espécies de serpentes, oito de lagartos, 340 espécies de aves e 45 de mamíferos, atraindo a atenção de vários pesquisadores que ali encontram a fonte para relevantes trabalhos científicos.
O Parque Nacional do Iguaçu abriga em seu território espécies raras da fauna e flora. São milhares de animais, muitos deles ameaçados de extinção, como a onça-pintada e o jacaré-de-papo-amarelo, e algumas espécies de aves bem raras como a jacutinga e o gavião real.


Ilustração 15: Fauna: Quati e Jacaré do Papo-Amarelo.
A flora também e bastante diversificada. Ha espécies que chegam a atingir 30 metros de altura, como a timbauva, o cedro, a peroba e os ipês, além das delicadas orquídeas e bromélias.


Ilustração 16: Flora do Parque Nacional. Ipê.
5.2 - Um pouco de Historia
Exemplo de coexistência da exploração turística com a preservação ambiental, esse fantástico ecossistema era habitat natural dos índios Caingangue e Tupi Guarani. Os índios chamavam a região do Iguaçu de "água grande" (em guarani, I=água e guaçu=grande).
Foi ponto de passagem das expedições espanholas, comandadas por dom Alvar Nunes Cabeza de Vaca, a caminho do Rio da Prata, em 1542. Mais tarde, no século XVII, a região acolheu as missões de padres jesuítas espanhóis. A área foi considerada de domínio publico em julho de 1916 através do então governador do Paraná, Affonso Alves de Camargo. Foz do Iguaçu foi ponto de partida da Coluna Prestes/Izidoro Dias, que em 1927 percorreu 45 mil quilômetros dentro do território brasileiro lutando contra as oligarquias regionais que davam sustentação ao governo central do presidente Washington Luiz.
A sua transformação em Parque Nacional foi efetivada pelo decreto federal n.º 1.035 em 10 de janeiro de 1939, assinado pelo ex-presidente do Brasil Getulio Vargas. Em 1986, foi reconhecido pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), como "Patrimônio Natural da Humanidade". Apesar do titulo da UNESCO, o parque ainda sofre com as conseqüências da ação humana. A principal delas e a Estrada do Colono, que corta a reserva em um trecho de 18 quilômetros e foi fechada apenas em 1997, depois de uma longa batalha judicial com prefeituras e o governo estadual de Paraná. A rodovia encurta em quase 200 quilômetros o acesso à Argentina e, com isso, dinamizava a economia de Capanema, município próximo da fronteira. Por causa disso, o titulo de patrimônio da humanidade da UNESCO chegou a estar ameaçado. Superada essa adversidade, o IBAMA agora tem planos de explorar desde uma perspectiva essencialmente turística, o restante do Parque Nacional do Iguaçu.
6 - QUESTÕES DE BIOGEOGRAFIA – 2009
6.1 - ECOMUSEU:
1. O que significa a palavra tupi-guarani IGUAÇU: água grande.
2. O que significa a palavra tupi-guarani ITAIPU: pedra que canta.
3. Em qual rio foi construída a Hidrelétrica de Itaipu: rio Paraná.
4. O lago da Itaipu é de que tamanho? 1.350 km2.
5. Qual o tamanho em km2 do município de Londrina? 1.651 km2.
6. Mencionar 3 espécies da flora do Parque Nacional de Iguaçu: ipê amarelo, cedro, aroeira vermelha.
7. Mencionar 3 espécies da fauna do Parque Nacional de Iguaçu: onça, quati, dourado, urutau e lagarto.
8. Qual a vazão média das Cataratas do Iguaçu? 1.600 m3/segundo.
9. Como é denominada a Floresta onde se encontra o Parque Nacional de Iguaçu? Floresta Estacional Semidecidual.

6.2 - PARQUE NACIONAL IGUAZU:
1. Qual o nome da província biogeográfica em que se localiza o Parque Nacional Iguazu? Selva Paranaense
2. Qual o maior mamífero encontrado no Parque Nacional Iguazu? E sua área de ocorrência? Anta
3. O que significa as formas dendríticas na vegetação do Parque Nacional Iguazu que podemos observar nas imagens de satélites do Google? diferenças de vegetação relacionadas ao sistema de drenagem
4. Comentar sobre algum aspecto que você achou interessante observando o Museu do Parque Nacional Iguazu: O aspecto visual, muito bem ilustrado, principalmente em relação as maquetes.
7 - Considerações Finais
O trabalho de campo na tríplice fronteira muito rico, pois tivemos a oportunidade de vermos em campo o que fora discutido em sala nas disciplinas de Geografia do Brasil e Biogeografia, vários aspectos puderam ser enriquecidos como o a sociedade de consumo em que vivemos o território em três diferentes países, aspectos culturais diferenças marcantes nos três paises, sem falar no turismo de massa que atrai pessoas de varias partes do mundo, estas cidades são um verdadeiro intercambio, econômico e turístico, esta atividade move estas três cidades.
Podemos concluir que na tríplice fronteira as relações sociais são quase que homogêneas porém quando se trata de analisar o espaço não podemos analisá-lo como se fosse único, pois existem diferenças entre eles, devemos analisar a totalidade de relações da tríplice fronteira fragmentadamente, pois não existem lugares onde todas as relações, econômicas, políticas, sociais, jurídicas, institucionais, ideológicas, religiosas, culturais, espaciais, etc., ocorram ao mesmo tempo e em todas as suas manifestações.
8 - Referências
RABOSSI, Fernando. Nas ruas de Ciudad del Este: Vidas e vendas num mercado de fronteira. 2004. 318 f. Tese (Doutorado em Antropologia Social) – Universidade Federal do Rio de Janeiro, Museu Nacional, Programa de Pós-Graduação em Antropologia Social.

SANTOS, Milton. O espaço dividido: os dois circuitos da economia urbana dos países subdesenvolvidos. 2.ed. São Paulo: Edusp, 2004.

SANTOS, Milton. O espaço geográfico como categoria filosófica. São Paulo, 5, p. 9-20, Terra Livre, 1988.

SANTOS, Milton. O Brasil e sociedade no inicio do século XXI: A questão: o uso do territorio. Rio de Janeiro: Record, 2001. p.19-22.